Viver de dinheiro emprestado que vale muito e agora sai às
pinguinhas das caixas multibanco, quando sai, ou com muitas notas na carteira que
pouco ou nada valem fora da Grécia, e que são as dracmas, é o dilema em que os
cidadãos gregos se encontram.
Por isso, a fotografia daquele senhor, já de certa idade, sentado
no chão encostado á parede de um banco, a chorar a sua desgraça convulsivamente.
Que pode fazer um
cidadão completamente impotente, já velho, provavelmente doente contra uma
situação que se assemelha a um tsunami em termos de calamidade natural?
Deixemos desenrolar os
acontecimentos... serão apenas mais uns dias.
Os gregos, para uns,
serão uns heróis, para outros, inconscientes mas alguns começam a preparar-se
para mudanças radicais:
- “A nossa loja, que está na família há 40
anos, já só vende artigos gregos mas temo por alguns doces que são feitos com açúcar
importado e relativamente ao qual há dificuldades de fornecimento mas é porque
há quebras de stock porque houve pessoas que compraram à maluca”.
Fala-se com os gregos
e é tudo “conforme”... a realidade é fabricada pela perspectiva que cada um
tem.
Por exemplo:
- Tsipras é um corajoso ou um manipulador?
- E as instituições europeias são terroristas
ou beneméritas?
- E a saída da Grécia do euro vai ser um
desastre ou uma salvação?
Para cada uma destas
perguntas a resposta é sempre: ... "conforme”.
Os gregos gostam de
conversar, fazer perguntas, reflectir com os outros.
Voula, que tem 39
anos, faz 40 no próximo sábado, insiste em pagar o café à jornalista e vai
dizendo:
- “Foi nestas ruas que
caminhou Sócrates e nasceu a dialéctica...” e também os sofistas... está-lhes
no sangue.
Com salários em atraso
a quererem pagar os cafés?
Shaueble, o Ministro das Finanças alemão, veria nisto
um sintoma do problema grego mas ela responde:
- “Temos uma bela ilha, somos boas pessoas e
ainda estamos a rir...”
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home