Entrevista de Tsipras à televisão grega.. |
A Entrevista Política
Não, não é à entrevista de Passos Coelho que me estou
a referir. Essa foi tão previsível que poderia até não ter acontecido e ninguém
teria dado por nada.
Previsível até nas suas mentiras. Muitos ainda se
lembram do Verão de 2013 quando o Ministro das Finanças, pedra basilar do
Governo, escreveu uma carta e se foi embora para onde tinha vindo, e Paulo
Portas, parceiro de coligação, depois de uma decisão irre-vo-gá-vel de abandonar
o poder, regressa, dias depois, a pedido de várias famílias, entre eles o da sua própria mãe.
Este, foi o grande exemplo de estabilidade política
que Passos Coelho tem para apresentar a uma população já idosa e que por isso
se esquece facilmente até do que aconteceu há dois dias quanto mais há dois
anos.
De resto, o 1º Ministro faz-me lembrar o meu falecido
irmão que mentia com tanta convicção que acreditava nas suas próprias mentiras.
Não, eu refiro-me à entrevista de Tsipras aos
jornalistas da televisão pública grega, que ele mandou reabrir, numa das poucas
promessas cumpridas.
Foi uma entrevista patética, a mais patética que algum
chefe de governo europeu, terá algum dia prestado, e eu, se fosse grego,
ter-me-ia sentido muito mal, desacorçoado, chocado, tal como eles se sentiram.
- “Fiquei tão angustiado que até estou cheio de dores
de estômago”...disse Panagos Spiropoulos, 31 anos, advogado.
- “Vou concentrar-me a espremer laranjas, desisto de
seguir as notícias”... confessou Aris Papetheodropoulos, 35 anos, dono de uma
loja de sumos.
Como é possível um chefe de governo admitir que
assinou um Acordo, já de madrugada – Acordo em que não acredita – mas que
assinou pressionado pelos colegas europeus para evitar um desastre para o país. E, como
assinou, vai cumpri-lo?
- Alguém entende alguma coisa disto?
- Irá sobrar tempo aos europeus para fazerem outra
coisa que não seja continuar a acompanhar esta tragédia grega?
- Que é feito do Plano Junkers para promover o
desenvolvimento económico da Europa?
- E daquele programa para o emprego jovem?
Gostaria de propor, sem nenhum sentido de provocação
para o povo grego, que eles passassem a cobrar direitos de exportação por todos
os próximos episódios desta trágica novela como receita para equi librar as Contas Públicas.
Os restantes parceiros dessa novela, FMI e líderes da
zona euro encabeçados pela Alemanha, deveriam ceder os seus direitos gratuitamente a favor da Grécia para ajudar ao saldo primário positivo de 3,5%
ao ano previsto no Acordo para as próximas décadas.
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