quarta-feira, julho 15, 2015

Entrevista de Tsipras à televisão grega..
A Entrevista Política














Não, não é à entrevista de Passos Coelho que me estou a referir. Essa foi tão previsível que poderia até não ter acontecido e ninguém teria dado por nada.

Previsível até nas suas mentiras. Muitos ainda se lembram do Verão de 2013 quando o Ministro das Finanças, pedra basilar do Governo, escreveu uma carta e se foi embora para onde tinha vindo, e Paulo Portas, parceiro de coligação, depois de uma decisão irre-vo-gá-vel de abandonar o poder, regressa, dias depois, a pedido de várias famílias, entre eles o da sua própria mãe.

Este, foi o grande exemplo de estabilidade política que Passos Coelho tem para apresentar a uma população já idosa e que por isso se esquece facilmente até do que aconteceu há dois dias quanto mais há dois anos.

De resto, o 1º Ministro faz-me lembrar o meu falecido irmão que mentia com tanta convicção que acreditava nas suas próprias mentiras.

Não, eu refiro-me à entrevista de Tsipras aos jornalistas da televisão pública grega, que ele mandou reabrir, numa das poucas promessas cumpridas.

Foi uma entrevista patética, a mais patética que algum chefe de governo europeu, terá algum dia prestado, e eu, se fosse grego, ter-me-ia sentido muito mal, desacorçoado, chocado, tal como eles se sentiram.

- “Fiquei tão angustiado que até estou cheio de dores de estômago”...disse Panagos Spiropoulos, 31 anos, advogado.

- “Vou concentrar-me a espremer laranjas, desisto de seguir as notícias”... confessou Aris Papetheodropoulos, 35 anos, dono de uma loja de sumos.

Como é possível um chefe de governo admitir que assinou um Acordo, já de madrugada – Acordo em que não acredita – mas que assinou pressionado pelos colegas europeus para evitar um desastre para o país. E, como assinou, vai cumpri-lo?

- Alguém entende alguma coisa disto?

- Irá sobrar tempo aos europeus para fazerem outra coisa que não seja continuar a acompanhar esta tragédia grega?

- Que é feito do Plano Junkers para promover o desenvolvimento económico da Europa?

- E daquele programa para o emprego jovem?

Gostaria de propor, sem nenhum sentido de provocação para o povo grego, que eles passassem a cobrar direitos de exportação por todos os próximos episódios desta trágica novela como receita para equilibrar as Contas Públicas.

Os restantes parceiros dessa novela, FMI e líderes da zona euro encabeçados pela Alemanha, deveriam ceder os seus direitos gratuitamente a favor da Grécia para ajudar ao saldo primário positivo de 3,5% ao ano previsto no Acordo para as próximas décadas.

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