sexta-feira, julho 17, 2015

Ganhou a simpatia, pelo menos dos gregos.
Capital de simpatia















Creio que hoje em dia, com a velocidade, diria mesmo instantaneidade, com que circula a informação, desde notícias, comentários, simples desabafos, a simpatia dos povos, ou o seu contrário, é um valor que vai formando a imagem que temos deles.

Resta saber qual a importância desse valor no relacionamento das sociedades umas com as outras, especialmente agora, quando se circula livremente por todos os países.

Simpatia, na prática, significa afectividade e quem é que não gosta de ser amado? – Pelos vistos, Merkel, Shaueble e os alemães que os suportam eleitoralmente, não apreciam a afectividade dos outros ou, simplesmente não lhe atribuem grande valor.

A mim, parece-me que essa história do afecto e da simpatia, para eles, é uma questão de pieguice dos povos mediterrâneos de crença católica, calões e propensos ao sentimentalismo, uma maneira de pensar e sentir que o “nosso” Passos Coelho partilha, pela frieza e distanciamento com que viveu, ao longo de quatro anos, os sacrifícios dos seus concidadãos.

Não me parece, por isso, que o seu capital de simpatia junto dos portugueses seja por aí além faltando saber se isso irá ter alguma consequência nas próximas eleições.

Que ele representa no nosso país a linha dura e disciplinadora de Merkel e Shaueble, disso, não parece haver dúvidas mas as pessoas são medrosas e egoístas e decidem, muitas vezes, não pelo coração mas pelo medo e receio que lhes incutem.

Na Alemanha, parece que as sondagens favorecem Merkel e Shaueble porque os alemães, arrogantes e superiores, estão pouco interessados no seu capital de simpatia, mais interessados em não querem passar por ingénuos e incompetentes e desde que sejam eles a mandar.

Passos Coelho, agora, em período de campanha, vai tentar iludir os eleitores com uma simpatia que nunca teve nem terá mas os portugueses são submissos e, alem disso, muitos estão velhos e esquecidos.

Quem beneficiou muito com o que se passou naquela madrugada do dia 12, em termos de capital de simpatia, foi o Presidente Hollande, especialmente junto dos gregos que, por sua vez, por terem sido humilhados pelos alemães que os queriam fora do euro, também ganharam a simpatia de muita gente.

Uma avozinha grega enviou-lhe um objecto de porcelana com o pedido de ser entregue a Holland e outro, um simples bouquet com quatro flores e um cartão onde se lia:

 - Merci La France!

Estas coisas, agora, correm mundo e começam a mostrar uma ruptura, mais uma, entre a França e a Alemanha.

Estamos naquela fase em que os alemães atiram com números e os gregos respondem com o ressentimento e humilhação de que estão a ser vítimas.

Poder-se-à esperar pela compreensão, humildade e solidariedade de todos os povos da Europa num esforço para viverem todos, uns com os outros, de uma forma pacífica e digna? – Ou isso nunca fará parte da política?

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