terça-feira, agosto 11, 2015

Acções de campanha
A Campanha








Campanha é nome de guerra, diz o Prof. Adelino Maltez, do meu Instituto e, por ser verdade, eu não gosto de campanhas eleitorais porque também não gosto de guerras.
É pressuposto que as campanhas sirvam para apurar os melhores candidatos à governança o que, numa analogia com o futebol, é dar “toques na bola” para ver quais os mais habilidosos, os que devem alinhar na equipa e os outros, os que ficam sentados no banco como suplentes.
Só que os mais habilidosos, não são os mais capazes e numa luta cheia de truques, rasteiras, manipulações e falsidades a campanha pode distorcer a verdade do resultado que se pretende atingir.
Para esta fase da luta são chamados os especialistas de marketing, uma espécie de "comandos" da guerra a sério e que, em bom rigor, significa especialistas da persuasão, enganosa ou não logo se verá.
As acções de marketing não se dirigem ao eleitorado esclarecido que tem já uma opção feita ou pela sua ideologia, pelos seus interesses ou até por simpatias pessoais.
Para todos esses, que são a maioria dos votantes, as acções de campanha são uma espécie de “chover no molhado”, não adiantam nem atrasam, mas há depois uma percentagem considerável a que chamam de indecisos e para esses, sim, vale tudo para os conquistar.
É o centralão, os do planalto central, para aí um milhão de eleitores, “bailarinos” que, mudando o seu voto, asseguram o rotativismo dos partidos do governo.
Para os que sempre tiveram a opção feita, é um período difícil, custoso de passar até porque sabem que há aqueles que se vendem até por um “copo de vinho”.
Os protagonistas aceitam o desafio que é feito à sua capacidade de representação e apelam a sentimentos primários que têm a ver com o medo, a ameaça ou promessas demagógicas e irrealistas.
Falar de esperança pode ser um risco, uma ameaça à segurança do pouco que temos, uma aventura perigosa...
Somos uma população envelhecida, grande parte dela dependente de pensões que as mantêm no limiar da subsistência, pensões do Estado que em muitos casos já lhes foram cortadas e, mais grave ainda, não estão garantidas porque dependem sempre do dinheiro que houver.
Este vai ser o grande mote da campanha por parte da coligação: o medo.
Do outro lado, a esperança.
E o eleitor indeciso, no dilema de ficar melhor perante o risco de piorar.
Agosto, mês de férias e de fogos, de emigrantes, de festas, foguetes e bailaricos, a constante de sempre, e os estados de espírito vão animar num ambiente que é de alegria e descontracção.
A quem ajudará ele? O inverno e o frio são deprimentes, o calor e os dias grandes animam o pessoal.
Preparemo-nos, se a indecisão quanto ao voto é grande maior terá que ser a subversão da palavra no rasto do poder.
Por mim, saía agora do país e regressava no dia das eleições com o cartão de eleitor na mão directamente para a urna do voto.

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