Acções de campanha |
A Campanha
Campanha é nome de guerra, diz o Prof. Adelino Maltez, do meu
Instituto e, por ser verdade, eu não gosto de campanhas
eleitorais porque também não gosto de guerras.
É pressuposto que as campanhas sirvam para apurar
os melhores candidatos à governança o que, numa analogia com o futebol, é dar “toques
na bola” para ver quais os mais habilidosos, os que devem alinhar na equi pa e os outros, os que ficam sentados no banco como
suplentes.
Só que os mais habilidosos, não são os mais
capazes e numa luta cheia de truques, rasteiras, manipulações e falsidades a campanha pode distorcer a verdade do resultado que se pretende atingir.
Para esta fase da luta são chamados os especialistas
de marketing, uma espécie de "comandos" da guerra a sério e que, em bom rigor,
significa especialistas da persuasão, enganosa ou não logo se verá.
As acções de marketing não se dirigem ao eleitorado
esclarecido que tem já uma opção feita ou pela sua ideologia, pelos seus
interesses ou até por simpatias pessoais.
Para todos esses, que são a maioria dos votantes,
as acções de campanha são uma espécie de “chover no molhado”, não adiantam nem
atrasam, mas há depois uma percentagem considerável a que chamam de indecisos e para esses, sim, vale tudo para os conqui star.
É o centralão, os do planalto central, para aí um
milhão de eleitores, “bailarinos” que, mudando o seu voto, asseguram o
rotativismo dos partidos do governo.
Para os que sempre tiveram a opção feita, é um
período difícil, custoso de passar até porque sabem que há aqueles que se
vendem até por um “copo de vinho”.
Os protagonistas aceitam o desafio que é feito à
sua capacidade de representação e apelam a sentimentos primários que têm a ver
com o medo, a ameaça ou promessas demagógicas e irrealistas.
Falar de esperança pode ser um risco, uma ameaça à
segurança do pouco que temos, uma aventura perigosa...
Somos uma população envelhecida, grande parte
dela dependente de pensões que as mantêm no limiar da subsistência, pensões do
Estado que em muitos casos já lhes foram cortadas e, mais grave ainda, não estão
garantidas porque dependem sempre do dinheiro que houver.
Este vai ser o grande mote da campanha por parte
da coligação: o medo.
Do outro lado, a esperança.
E o eleitor indeciso, no
dilema de ficar melhor perante o risco de piorar.
Agosto, mês de férias e de fogos, de emigrantes, de festas, foguetes e bailaricos, a constante de sempre, e os estados de espírito vão animar num ambiente que é
de alegria e descontracção.
A quem ajudará ele? O inverno e o frio são
deprimentes, o calor e os dias grandes animam o pessoal.
Preparemo-nos, se a indecisão quanto ao voto é
grande maior terá que ser a subversão da palavra no rasto do poder.
Por mim, saía agora do país e regressava no dia
das eleições com o cartão de eleitor na mão directamente para a urna do voto.
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