começou o campeonato
É certo que o mercado dos jogadores, grande motivo de animação
entre os adept os dos Clubes antes do
início dos campeonatos, ainda continua até ao último minuto do último dia de
Agosto mas, mesmo que não se perceba aonde os Clubes vão buscar dinheiro,
depois da falência do BES, que, pelo que dizem, era quem os suportava
financeiramente, ainda se espera mais uma ou outra novidade, especialmente do
F.C. do Porto que tem o dinheiro das vendas dos jogadores que transaccionou
este ano.
Mas agora, depois das duas primeiras jornadas já terem acontecido,
o que interessa mesmo são os jogos e, especialmente, os resultados.
O futebol de competição mobiliza a atenção das massas, mais do
que atenção, a paixão, e entre os adept os
mais fervorosos, a própria razão de viver.
Recordo o meu falecido sobrinho, Victor José, com lugar cativo no
Estádio do Sporting, grandes fotografias nas paredes da casa e a vontade
manifesta de, por morte, fazer herança ao Clube da sua vida.
O meu sportinguismo, comparado com o dele, assemelhava-se a um
rato ao pé de um elefante...
Infelizmente já cá não está para viver esta nova época da
parelha Bruno de Carvalho/Jorge de Jesus a comandar os destinos do seu
Sporting.
Mas os adept os morrem e os clubes continuam, tal como os
espectáculos depois do falecimento de um actor... A vida continua, quando muito
fica a saudade para os entes queridos.
É para isso que a
paixão do futebol também serve, na sua força avassaladora arrebata os espíritos
e faz esquecer os desgostos da vida que são trocadas pelas alegrias e tristezas
das vitórias e derrotas do clube de eleição.
Nesta 2ª feira, ocorridos
os jogos, sabidos os resultados, do universo dos três grandes, nenhum deles tem
motivo de festejos.
Os pequenos clubes,
que fazem os seus plantéis com as “sobras” dos grandes, com os jovens que vão
formando nas suas escolas e outros que vão trocando entre si, impuseram empates
e até uma vitória, vejam lá, ao bi-campeão Benfica!
Quer Jorge Jesus,
quer Rui Vitória, que acabam de chegar ao Sporting e ao Benfica, podem alegar
que não conhecem ainda os “cantos à casa”, os novos jogadores não estão
entrosados e blá-blá-blá-blá- blá, as desculpas do costume, são sempre as
mesmas, já as sabermos de cor.
Para fazerem
sobressair o seu valor, alguns treinadores “vendem” o futebol como qualquer coisa de científico de
que eles são os grandes mestres e profundos estudiosos mas no fim, quando as
coisas estão a correr mal, o que fazem é “colocar a carne toda no assador” como
dizia esse grande "filósofo" do futebol que é Manuel Cajuda, exactamente o
que faria qualquer vulgar cidadão, "tragam os melhores e ponham-nos em campo.
No futebol, a
diferença entre “besta” e “bestial” está em muito pequeninas coisas, na bola que bate na barra, desce até à linha entre os postes e regressa ao campo, ou no remate que ia para a bancada
mas ressalta no corpo do adversário e entra triunfalmente na baliza.
Todos sabemos como o
aleatório é decisivo no desfecho dos jogos, todos compreendemos, por isso, as
rezas dos jogadores que se viram para os céus a implorar os favores dos deuses
e beijam a relva quando entram no relvado.
Encanta-me o
virtuosismo dos jogadores com uma bola nos pés, valorizo a assistência precisa
para um colega da equi pa a 30 metros de distância, e
acredito no treino durante a semana que está no segredo da resistência física e
no jogo de equi pa em vez de 11
jogadores a jogarem à toa, cada um para si.
O futebol só é um jogo
bonito quando os jogadores sabem dominar a bola perfeitamente, quando ela lhes
obedece como se estivesse domesticada e, finalmente, quando eles se entendem
uns com os outros, no assalto à baliza adversária.
Vê-se isto, com
alguma regularidade, na Liga inglesa, onde se concentram os melhores jogadores
do mundo vergados às fortunas fabulosas e escandalosas dos donos de alguns
clubes que lhes pagam fortunas.
Por cá, vamos tendo emoção e paixão com as derrotas e vitórias
dos nossos clubes e os erros dos árbitros que alimentam infindáveis e estéreis discussões.
Para já, temos o
Arouca, que subiu agora à 1ª Liga a comandar a tabela classificativa mas sem
significado especial... no fim, desta vez, o Porto vai voltar a ganhar.
Como sempre, o poder
do dinheiro acaba por triunfar.
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