quinta-feira, setembro 17, 2015

Estado Islâmico
Estado de Terror















“A proclamação de um Estado islâmico, um Califado, forma histórica de organização política dos muçulmanos foi um gesto ousado anunciado já há meses.

Estão convencidos que ganham mais do perdem embora seja uma decisão muito controversa no mundo muçulmano mas que lhe permite reivindicar autoridade sobre tudo.

Esta ideia histórica do Califado possui grande importância para muitos muçulmanos e transmite uma imagem de força, de poder que é muito importante.

A Al-Qaeda sempre se apresentou como um pequeno grupo que falava e defendia os muçulmanos oprimidos.

Agora, esse aspecto está minimizado, o que interessa realçar é a ideia da vitória.

Há aqui um risco, porque o Califado pressupõe controle de território e se houver reveses na Síria e no Iraque, isso compromete essa reivindicação mas, com ela, conseguiram recrutar milhares de combatentes.

Os vídeos das decapitações foram pensados, em certa medida para os ocidentais mas o EI começou a decapitar pessoas muito antes de matar ocidentais.

Um desses vídeos mostra a execução em massa de militares sírios capturados e que, praticamente, não chamou atenção nenhuma na imprensa ocidental.

O objectivo era o público local e tiveram o resultado pretendido quando do ataque a Mossul em que os soldados iraquianos bateram em retirada o que foi considerado como uma causa directa de eles saberem como o EI tratava os prisioneiros.

E quando começaram a fazer vídeos para o público ocidental, fizeram-no de uma forma bem calculada demonstrando que o conheciam muito bem.

Esses vídeos não eram integrais, não mostravam a decapitação, pois, nesse caso, eles não seriam passados na televisão enquanto que nos vídeos das decapitações de sírios e iraquianos tudo é mostrado até ao fim.

Também a forma bárbara das execuções não é com espadas, machados, guilhotina, é da forma mais lenta, terrível e dolorosa que se pode imaginar.

Para as audiências árabes sabem que podem e devem mostrar um nível superior de violência.”
(finalizamos amanhã)

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