Estado de
Terror
“A
proclamação de um Estado islâmico, um Califado, forma histórica de organização
política dos muçulmanos foi um gesto ousado anunciado já há meses.
Estão
convencidos que ganham mais do perdem embora seja uma decisão muito controversa
no mundo muçulmano mas que lhe permite reivindicar autoridade sobre tudo.
Esta ideia
histórica do Califado possui grande importância para muitos muçulmanos e
transmite uma imagem de força, de poder que é muito importante.
A Al-Qaeda
sempre se apresentou como um pequeno grupo que falava e defendia os muçulmanos
oprimidos.
Agora,
esse aspecto está minimizado, o que interessa realçar é a ideia da vitória.
Há aqui um risco, porque o Califado pressupõe controle
de território e se houver reveses na Síria e no Iraque, isso compromete essa
reivindicação mas, com ela, conseguiram recrutar milhares de combatentes.
Os vídeos
das decapitações foram pensados, em certa medida para os ocidentais mas o EI
começou a decapitar pessoas muito antes de matar ocidentais.
Um desses
vídeos mostra a execução em massa de militares sírios capt urados
e que, praticamente, não chamou atenção nenhuma na imprensa ocidental.
O
objectivo era o público local e tiveram o resultado pretendido quando do ataque
a Mossul em que os soldados iraqui anos
bateram em retirada o que foi considerado como uma causa directa de eles
saberem como o EI tratava os prisioneiros.
E quando
começaram a fazer vídeos para o público ocidental, fizeram-no de uma forma bem
calculada demonstrando que o conheciam muito bem.
Esses
vídeos não eram integrais, não mostravam a decapitação, pois, nesse caso, eles
não seriam passados na televisão enquanto que nos vídeos das decapitações de
sírios e iraqui anos tudo é mostrado
até ao fim.
Também a
forma bárbara das execuções não é com espadas, machados, guilhotina, é da forma
mais lenta, terrível e dolorosa que se pode imaginar.
Para as
audiências árabes sabem que podem e devem mostrar um nível superior de
violência.”
(finalizamos
amanhã)
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