Serão perdoadas... |
O Papa
e o Aborto
Podem descansar os católicos mais fervorosos porque a
Francisco é um Papa
tão “liberal” relativamente à ortodoxia da Igreja que os seus mais “assanhados”
e intransigentes seguidores receiam que venha para aí menos uma proibição.
As religiões
monoteístas foram pensadas e redigidas por homens que, aproveitando-se, de uma
natural mas cada vez menos generalizada tendência das pessoas para “acreditarem”,
criaram, pelo medo, um corpo de proibições tendo em vista mecanismos de
controlo das vidas dos seus crentes.
A Igreja está
presente em todos os momentos da vida, muito especialmente, no nascimento, casamento,
procriação e, finalmente, na morte.
Nada escapa a Deus,
nem ao Jeová, nem a Alá, em nome dos quais esses homens se tornaram numa
estrutura de poder tão mais poderosos quanto mais rigorosa e implacável for no
exercício desse poder.
Estas “aberturas” do
Papa Francisco que faz tudo, e faz bem feito, para manter e aumentar o seu
rebanho de fieis são percebidas como sinais de afrouxamente da autoridade e
isso não agrada, nem pode agradar, à hierarqui a
da Igreja cujo poder está na sua capacidade de proibir e proibir
intransigentemente, como convém a qualquer proibição religiosa.
O Papa Francisco
cedeu, já não proibe com intransigência, não condena porque perdoar, no fundo,
é autorizar especialmente nesta época de grande pragmatismo que estamos a
viver.
É verdade que o Papa
Francisco “embrulhou” tudo num belo pacote de palavras porque ninguém, como os
padres, é mais perito em semântica dada a experiência que têm, de séculos, de
tentarem explicar o que não tem explicação, desde a famosa trilogia do Pai,
Filho e Espírito Santo, todos numa única entidade, e das não menos famosas
provas da existência de Deus de São Tomás de Aqui no.
A última destas
provas, o argumento do desígnio, resistiu até Charles Darwin provar que as
espécies só são como hoje se apresentam porque evoluíram desde que a vida
apareceu sobre a Terra, e ele explicou isso, não através de dogmas, mas
cientificamente, tim-tim por tim-tim.
Os últimos Papas já
desistiram de todas estas discussões, entravaram o desenvolvimento da ciência
até quando puderam, atrasaram o avanço da humanidade quanto lhes foi possível
e, finalmente, ficaram-se pela existência de Deus certos de que, enquanto o fenómeno
da fé for persistindo no cérebro humano, ninguém os fará sair desse reduto.
Ultrapassado o tema
do preservativo, cuja proibição pela Igreja, tantas vidas custou, pelo menos no
continente africano, estamos agora no tema do aborto, relativamente ao qual
ficamos a saber, pela boca do bom Papa Francisco, que as mulheres que o
pratiquem, mesmo quando têm um rancho de filhos e vivam num bairro de lata, sem
recursos, podem ser perdoadas desde que “peçam perdão de coração arrependido –
Amen”.
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