sexta-feira, outubro 09, 2015


A Fabulosa história

do Juvenal












"O Juvenal estava desempregado há vários meses. Com a resistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exactamente o perfil desejado, as virtudes ideais e perguntou-lhe:"

- Qual foi seu último salário?

- 'Salário mínimo', respondeu Juvenal.

- Pois se o Sr. for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!

- Jura?

- Que carro o Sr. tem?

- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho para vender pipocas na rua e um carrinho de mão!

- Pois, se o senhor vier trabalhar connosco ganhará um Audi para você e um BMW para sua esposa! Tudo a custo zero!

- Jura?

- O senhor viaja muito para o exterior?

- O mais longe que fui foi para Belo Horizonte, visitar uns parentes...

- Pois, se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mónaco, Nova Iorque, etc.

- Jura?

- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido.

Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor não receber um telegrama nosso cancelando pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei.

Então já sabe: se não receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

Juvenal saiu do escritório radiante.

Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver. Juvenal reuniu a família e contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de chopp aberto.

Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.

Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero. A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal.

E a banda tocava!

E o choop gelado rolava!

O povo dançava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada..

Às onze horas e cinquenta e cinco minutos....vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela....

Era do Correio!

A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Um cachorro uivou!

- Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.

- Joguem água na churrasqueira!

O chopp esquentou!

A mulher do Juvenal desmaiou!

A motoca parou!

O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?

- Si..., si....., sim, so...., so......, sou eu...
  
A multidão não resistiu...

- OOOOOHHHHHHHHHHH!

E o cara da motoca:

- Telegrama para o senhor...

Juvenal não acreditava... Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos.

Silêncio total. Não se ouvia sequer uma mosca!

Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama...

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral. Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:

- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico:
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- Mamãe morrreeeuuu!
- Mamãe morrreeeuuu!

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