Mau governante, político sagaz... |
Passos Coelho
Passos Coelho é uma pessoa odiada por
uma grande parte da população do país como, em Portugal, nenhum outro político o
foi.
Acertadamente, os responsáveis pela sua
campanha eleitoral decidiram não pôr a sua cara em lado nenhum, porque, é da
mais elementar lógica de que, cara de quem não se gosta não se mostra. (rima e é verdade).
Feliz ou infelizmente, nestas coisas da política, as caras contam muito. Lembremos a empatia da cara de Mário Soares a quem,
ternamente, chamavam o “bochechas”, e conseguia virar a seu favor previsões
catastróficas de resultados eleitorais.
Sucedendo a Sócrates, Passos Coelho,
grande vitorioso das eleições, por demérito do anterior 1º Ministro, começou a sua governação com uma enorme arrogância, a roçar o desprezo, por larguíssimas camadas da
população, a que contrapunha admiração, quase deslumbre, pelos líderes
europeus que detinham o controle das nossas vidas e a quem ele obedecia
respeitosamente, de uma maneira quase servil ou devota, não sei bem...
Saiu-lhe tudo ao contrário e o seu
Ministro das Finanças, vindo expressamente de Bruxelas para mandar no lugar
dele, foi-se embora, abandonou-o, reconhecendo que, afinal, o resultado das
medidas de austeridade tinham provocado um autentico desastre na nossa débil
economia ao contrário do que ele esperava.
Pretendeu ir ainda mais longe nas
medidas de austeridade aumentando os cortes nas pensões dos reformados, o que só
não fez porque o Tribunal Constitucional não permitiu.
Mas, como todos os diabos têm sorte,
factores externos para os quais ele não meteu prego nem escopro, foram-lhe “escandalosamente”
favoráveis: compra de dívida portuguesa por Dragui, descida a pique da taxa de
juros dos empréstimos, preço do petróleo, de que somos fortemente dependentes,
que atingem mínimos históricos dos últimos anos, e lá se mantêm, e o valor do dólar relativamente ao euro
que evolui para níveis mais favoráveis.
Enfim,
só lhe faltou descobrir petróleo no Beato... e ainda bem para todos nós!
Finalmente, há também que dizer, como o
meu amigo Astérix, que “depois da tempestade vem a bonança”, neste caso, ciclos
económicos, e qualquer coisa que viesse depois dos fins de 2011, 2012 e 13,
facilmente seria melhor do que nos anos anteriores.
Mas, falávamos de simpatias e eu vou
confessar que gosto tão pouco de Passos Coelho que, às vezes, até tenho medo de
exagerar... isto, quando parti, logo no início da sua governação, por uma "aceitação
esperançada".
Ao contrário, tinha e tenho por Rui Rio
um capital de simpatia que nunca deu para confirmar, porque as contingências da
vida política portuguesa nunca o permitiram.
Igualmente, simpatizo com António Costa
e parece-me bem, que sendo ele agora o fiel da balança política, tenha
conversações com os líderes das forças políticas que, com a dele, fazem maioria
absoluta na Assembleia da República.
Contudo, julgo eu e muitos
notáveis do PS, que, para já, a decisão mais correcta será a de viabilizar um
governo de Passos Coelho e julgo que irá nesse sentido a orientação maioritária
da Comissão Política do partido.
Creio que está mais na linha do resultado
do voto das eleições e a favor dos interesses do partido socialista e do país.
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