terça-feira, outubro 20, 2015

Serão eles todos iguais?...
Legitimidade Política

















Ontem, 2ª Fª, não disse nada sobre o desfecho do impasse sobre o próximo 1º Ministro de um novo governo de coligação à esquerda ou de coligação à direita.

Em qualquer dos casos, governo minoritário do PAF, com apoio parlamentar do PS, ou deste, com o apoio do BE e PCP são, tanto um como outro, soluções legítimas e todos os constitucionalistas o dizem e qualquer cidadão isento o compreende.

Ontem, Isabel Moreira, constitucionalista, filha do meu Prof. Adriano Moreira, apenas chamava a atenção do Presidente Cavaco, para não empossar Passos Coelho, sem apoio maioritário na Assembleia e deixá-lo arrastar-se em gestão, apenas porque teve uma vitória minoritária nas legislativas que não lhe serve rigorosamente para nada sem o apoio do PS porque, dos outros dois, nem se fala.

O pai, de outra área política, já foi líder do CDS, em entrevista também na TV, mais formalista e institucional, defende que Passos, porque ganhou as eleições, deve ser o escolhido pelo Presidente para procurar os apoios na Assembleia e, caso não encontre esse apoio, dar lugar a outro 1º Ministro que o obtenha, para poder governar em estabilidade.

Quanto à legitimidade política, ele considera que ela é igual, tanto com a maioria dos votos reunindo-se à esquerda ou à direita. Só eles, os votos, traduzidos em deputados na Assembleia, contam.

Adriano Moreira, confessa-se, naturalmente, da oposição, se o governo vier a ser de Esquerda e chama a atenção para a Teoria dos Riscos, que deve ser levada em linha de conta, pois as dificuldades de Costa serão maiores numa Europa e num país dominados pelos interesses da direita, nos quais, Passos Coelho, encontrará sempre as “coisas” mais oleadas.

Mas a Teoria dos Riscos, para a qual Adriano Moreira chama a atenção, não tem nada a ver com a Porta dos Fundos de certos analistas da direita.

Ou os votos dos portugueses são todos iguais, sem que haja uns de primeira e outros de segunda e, neste caso, não pode haver nenhuma Porta dos Fundos, ou então, sempre é verdade que são todos iguais, "mas uns mais iguais do que outros” sendo que, então, os eleitores de direita valem mais do que os de esquerda... e a democracia será uma treta, como diz o Jorge Jesus, sobre o desportivismo.

Passos Coelho, esse, fala agora de radicalismo de António Costa. Curioso, durante mais de 4 anos de governo com poder absoluto nunca, nem uma vez, estendeu a mão à oposição, e apenas foi travado pelo Tribunal Constitucional e por um levantamento silencioso e disciplinado desta população ordeira e maravilhosa, quando quis transferir para os trabalhadores a totalidade dos encargos para a Segurança Social, desonerando completamente os patrões.

Agora, quando António Costa só está ainda a negociar, que não é propriamente a mesma coisa do que governar, já é radical...  

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