Sinal de cuidados reforçados |
Perder em toda a linha...
Na noite das eleições, depois de se saber do resultado das eleições, enviei um mail a um colega e amigo de há muitos anos, do tempo das salas de aulas e da guerra de Angola, e disse-lhe que a PAF tinha perdido em toda a linha: nos votos, deputados, maioria absoluta e, para castigo, tinha que continuar a governar, agora com as rédeas do PS e restante oposição.
O ano de 2016 irá ser o pior para o país. O próximo
governo terá de fazer um esforço de 4,5 mil milhões de euros em medidas
orçamentais de corte na despesa ou em aumento de receita, de modo a respeitar o
que estava previsto no Programa de Estabilidade, enviado para Bruxelas em Abril.
Ela veio também dizer que o aumento do consumo interno faz
crescer as importações, a dívida e os juros por reacção dos mercados
financeiros e que baixar o IRS e anular o corte das pensões, provoca, de imediato, um maior desequi líbrio no Orçamento
do Estado e, naturalmente, do Deficit ao fim do ano, enfim... o que todos os economistas dizem.
Ser governo em Portugal, nestas condições, é pois, ou devia ser, um
castigo, ou prenda envenenada, como acontecia na Índia quando ofereciam um
elefante a um amigo. As despesas de manutenção do bicho era tão grandes que
levavam o amigo à falência porque, como todos sabem, o elefante é um animal
sagrado para aquelas terras. Pena que não o seja em África...
No entanto, não tenho dúvidas, que o PS governaria o
país de forma mais competente para os interesses das pessoas de rendimentos
mais frágeis, e António Costa é melhor governante que o presumido Passos
Coelho.
Mas, tendo que governar com o apoio do PCP e do BE,
mesmo tendo em conta de que os tempos são outros e se registaram mudanças com o
passar dos anos, e eu acredito que inevitavelmente há um processo permanente de
readapt ação à vida, a base doutrinária
está lá, não evoluiu grande coisa em termos europeus..., as coisas mudam um pouco de figura.
Por isso, os riscos, os receios de que a qualquer
momento o processo da governação do PS possa encalhar.
Para agravar estas dúvidas, há gente no interior do PS
que não concorda com este passo de António Costa e mesmo que haja disciplina de
voto é uma fragilidade que já vem de trás, do tempo em que António José
Seguro perdeu a liderança a favor de Costa.
O líder do PS, nas negociações que está a fazer, deve
rodear-se de todas as garantias por parte do PCP e do BE mas eu duvido que elas
sejam possíveis sem uma grande margem de incerteza.
Se o PS falhar é ele sozinho que vai sofrer as consequências,
os eleitores não lhe vão perdoar como perdoaram ao Passos Coelho que, matreiro,
se escondeu atrás do Sócrates e da bancarrota.
A direita está a salivar, vislumbra uma boa
oportunidade de poder, e absoluto, e por muito tempo no futuro, com um Partido
Socialista destroçado que, mais uma vez, será acusado de ter interrompido “o
glorioso caminho da recuperação do país encetada por Passos Coelho quando tomou
posse, pela 1ª vez, em 2011” ...
Eu poria luzes amarelas intermitentes e campainhas a tocar: pare, escute e olhe!
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