O grupo dos 107. À esquerda, o dos 123. |
O Grupo dos 107
O discurso dos derrotados da direita, a que
chamo o Grupo dos 107, entrou em velocidade de cruzeiro, por outras palavras,
virou cassete com direito a campanha.
Tal como meninos ricos e birrentos, não
aceitam ter ficado sem o brinquedo do poder e em termos de argumentação,
insistem no que lhes convém e silenciam o que lhes é desfavorável.
Por isso, nunca os ouvi referir os 62% dos
eleitores que nas eleições legislativas recusaram as suas políticas e, se lhes
tocam no assunto, logo respondem em tom de desprezo, que esses não contam
porque são votos negativos.
A direita é hoje, em Portugal, mais do que
nunca, uma máqui na concebida para
mandar e os seus representantes enxameiam tudo quanto é lugar de chefia, muitos
inventados, e daí este clima de conspiração que faz de António Costa chefe de
conspiradores de um grupo perigoso, que até inclui três “esganiçadas” do BE, na
opinião de um senhor economista que foi entrevistado na Porto Canal.
Eu
creio que já todos os portugueses, em alguma vez, nestes últimos tempos,
ouviram Catarina Martins, Mariana Mortágua e a Marisa Martins e têm na sua memória
o registo das suas vozes.
Alguém que lhes chame “esganiçadas” ou está
a olhar para outro lado e a referir-se a outras pessoas, ou então está de nítida
má fé.
Os milhões de portugueses que ouviram, por
exemplo, Mariana Mortágua quando ela, recentemente, na Comissão de Inquérito ao
caso BES, transmitido pela televisão, discorreu em voz serena, pausada e
certeira, sobre as manigâncias do Ricardo Salgado, “o dono disto tudo”, só
poderão interrogar-se:
- Então esta é “esganiçada”?...
Desmontar uma máqui na
de poder que utilizou, e continua a utilizar, todos os truques e pressões, os últimos
agora sobre Cavaco Silva, para manipular a opinião dos portugueses utilizando o
mais querido dos argumentos, o do medo e ameaça junto daqueles que menos têm
e agora correm o risco de ficar sem nada quando, pela mão de António Costa,
vier aí o 3º resgate...
Tudo quanto o Grupo dos 107 possa agora
dizer de mal para o futuro do país, sendo inútil relativamente à decisão já
tomada no Parlamento e a perda do poder que já aconteceu, revela o
encarniçamento e o desejo, até, de afundar completamente o país se com essa estratégia poderem recuperar o comando das operações.
Uma dessas pessoas, que desempenha funções
em Bruxelas, Paulo Rangel, vi-o recentemente vestido dos pés à cabeça de
camuflado, - faltava-lhe apenas o quico na cabeça - pronto para o combate, mas, dada a sua estatura minorca, a figura que resultou, mais que amedrontar, dava vontade de rir pelo ridículo.
Ontem à noite, ouvi em entrevista na televisão,
Mário Centeno, doutorado em Harvard e provável futuro ministro das Finanças de
António Costa, chefe de uma equi pa
de economistas que elaborou o plano macro-económico para o país, base de um
novo programa de governo, utilizado e agitado por António Costa,
quanto a mim erradamente, durante a campanha para as eleições enquanto, do
outro lado, o PAF gritava slogans e “sond bites” que um brasileiro,
especialista em marketing, lhes vendeu com todo o sucesso e que lhes deve ter
cobrado bom dinheiro.
Ao ouvi-lo, pude recuperar, ao fim de mais
de 50 anos, esse palavrão económico que o meu falecido Prof. de Economia,
Alfredo de Sousa, precocemente falecido, me ensinou e que se denomina “efeito
multiplicador”, e a importância que ele terá para o desenvolvimento económico,
de acordo com a estratégia a adopt ar.
Afinal, Mário Centeno, não vem com nenhuma
modernice, utiliza instrumentos técnicos que me foram ensinados há mais de meio
século.
Gostei de o ouvir. Um académico, como gosta
de se definir, do melhor que temos no país, com uma atitude humilde, mas de
grande convicção no que diz e de onde sobressai o bom senso sobre todos os
temas que o entrevistador lhe colocou.
E a propósito de austeridade, o que eu ouvi
ao Dr. Mário Centeno não foi o “fim da austeridade” foi o “virar da página da
austeridade” que significa a inversão de um processo e o começo de outro... o que é completamente diferente!
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