Vasco Pulido Valente |
Vasco Pulido Valente
“A esquerda
acabará por pagar este recreio que o Dr. Costa inventou. Saíram das suas
cavernas, respiraram fundo e conseguiram mesmo uma vaga impressão de poder, que
de certeza os regalou muito”.
Vasco Pulido Valente
Vasco Pulido Valente, traduz
aqui , muito bem, o pensamento da
direita: são eles que têm o direito, por uma questão de cultura, educação,
família e herança, a viverem “regalados” com o poder.
A “esquerda” é troglodita,
vive em cavernas, o poder não lhe está destinado e basta um assomo, uma “vaga
impressão”, como ele diz, e ficam logo muito “regalados”. Isto, quando o
governo ainda é de direita...
Se Costa, por qualquer
acidente da vida, morresse agora, a direita em peso não deixaria de o
acompanhar até à morada final, com um sorriso interior de grande alívio e
satisfação estampada no olhar.
Isto, da política, em
enormíssima parte, tem a ver com interesses, empregos, cargos, privilégios que
se traduzem em qualidade e requi ntes
de vida, proporcionados por quem está no governo.
Não é o caso de Vasco Pulido
Valente, que é licenciado em Filosofia e doutorado em História, por Oxford,
como convém... e pode dar-se ao luxo de mergulhar nos aspectos filosóficos/ideológicos da política e, por esse tipo de razões, discordar deste
ou daquele governo.
No entanto, Vasco Pulido
Valente, começou por ser contra o Salazar, integrando um Grupo de Acção
Revolucionária liderado por Jorge Sampaio, e enquanto estudante era mal
comportado chegando, por isso, a ser expulso do Liceu Camões, por onde, fugazmente, também passei, transferindo-se depois para o Pedro Nunes, e mais tarde para
o Colégio Nuno Álvares, em Tomar, onde estive igualmente durante quase três
anos e com quem me devo ter cruzado, porque somos quase da mesma idade. Não
tenho, contudo, nenhuma ideia dele, talvez tenha sido apenas de raspão.
Era inconstante, mudou de
nome em jovem porque não gostava do que lhe puseram e de esposas já vai na
quarta.
Foi para o Governo da
Aliança Democrática, de Sá Carneiro, como Secretário de Estado da Cultura e
apoiou Soares do Partido Socialista, na sua primeira candidatura em 1986, mas
foi pelo Partido Social Democrata que foi para a Assembleia Nacional, em 1995,
de onde saiu desiludido com as instituições e a vida parlamentar.
É, pois, um intelectual
rebelde, filho de família com tradições, o avô materno, Prof. Francisco Pulido
Valente, foi uma eminente figura da medicina portuguesa do séc. XX. Em 1975, o então Sanatório de D. Carlos I, em sua homenagem, tomou o seu nome: Hospital Pulido Valente.
Vasco P. Valente, é definido como ensaísta, escritor e comentador político e, como tal, tem todo o direito
de discordar do caminho enveredado por António Costa ligando-se ao BE e ao PCP
para governar o país com base no apoio maioritário dos deputados na Assembleia
da República daquele dois partidos.
Neste momento, uma grande
parte dos socialistas limitam-se a dar a António Costa o benefício da dúvida e
a "fazer figas" para que tudo resulte bem.
Os antecedentes do PCP, mais
do que os do BE, ligado à Intersindical, da qual dizem ser uma corrente de
ventoinha, levanta muitas dificuldades.
A Inter é a maior organização
sindical do país, muitas pessoas trabalham e dependem dela, do pagamento da
quota dos seus associados e do sucesso das suas greves reivindicativas,
sectoriais ou gerais, especialmente aquelas que têm impacto na vida dos
portugueses, tais como as dos transportes públicos que afectam a generalidade
dos trabalhadores, muitos deles com “passes” já pagos, e se vêm privados de se
deslocarem para os seus empregos porque as soluções de transporte alternativo nunca
preenchem o total das necessidades.
O Governo de Passos Coelho
passou a gestão dessas empresas para a responsabilidade das autarqui as e agora fala-se em ser uma empresa privada a
tomar em mãos essa função, recebendo do Público uma indemnização que a compense
da natureza de um serviço público.
Ora, sabe-se, que as
empresas privadas tratam de maneira diferente das públicas, os trabalhadores
grevistas e daí a razão porque Jerónimo parece ter envelhecido dez anos nestes últimos
tempos, entalado entre os seus fiéis votantes que na campanha quase lhe
exigiram: - “corram com eles” e os homens da Intersindical que exigem a
manutenção no público das empresas de transportes, para não falar noutras exigências, das que custam dinheiro...
Vasco Pulido Valente conhece
toda esta problemática para a qual poderia ter chamado a atenção em vez de usar
toda aquela sobranceria intelectual cheia de preconceitos de menino família
abastada, desprestigiante e humilhante para as pessoas de esquerda, a que pertenceu em jovem e que, mais
uma vez, o definem como criança rebelde, mal educada ou, no mínimo, inconveniente.
Constância Cunha e Sá, uma
das suas ex-esposas, que faz comentários diários na televisão, cépt ica da solução de Costa, não se lembraria, sequer, de chamar a António Costa e aos seus seguidores, “homens das cavernas”.
... Quem sabe se terá sido por causa
destes destemperos de língua que se separaram?...
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