terça-feira, janeiro 19, 2016

Não eram lá muito bonitos... mas força!

O Homem de


 Neandertal

















Finalmente, a minha curiosidade sobre o Homem de Neandertal ficou ontem satisfeita depois de um programa de hora e meia no Canal História.

Foi possível, pelo recurso às novas tecnologias e à intervenção de cientistas de vários sectores do conhecimento, ficar a saber que os Neandertais desapareceram da Europa há 39.000 anos em consequência da explosão de um super vulcão na Europa, Campi Flegrei, a sul de Itália, que ditou a sua morte como, igualmente, a dos nossos antepassados Sapiens que viviam com eles, por vezes lado a lado, na mesma gruta.

Quando uma espécie, já de número reduzido, que era o caso dos Neandertais, há 39.000 anos eram apenas 10% dos 200.000 que já teriam sido, está concentrada num único local de um continente, fica vulnerável a um qualquer cataclismo que aconteça.

A explosão deste super vulcão, perto do Vesúvio, que comparado com ele será um mini vulcão, foi-lhes fatal.

Os que não morreram directamente acabaram por não resistir às condições resultantes  de várias semanas de chuva de cinzas que matou a vegetação e a vida dos animais que eram indispensáveis aos Neandertais, por toda uma região muito alargada da zona onde viviam e nem os muitos conhecimentos e a experiência de uma sobrevivência de 300.000 anos de vida na Europa lhes valeu.

Foi possível encontrar,  a determinadas profundidades do solo camadas de cinzas vulcânicas com mais de um metro de altura, que caíram durante vários dias em locais milhares de quilómetros afastados do vulcão e em regiões onde eles viviam.

Nunca nos lembramos que estamos sob a ameaça de super- vulcões que um dia despertam para alterar as condições de vida no planeta, como aconteceu com o vulcão Toba, há uns 70.000 anos, em Sumatra, e que reduziu a humanidade a escassos grupos no sul do continente africano, talvez uns 1000 casais, deixando-nos à beira da extinção.

Os Neandertais estavam concentrados na Europa Central e Leste e há 39.000 anos atrás debatiam-se já com as dificuldades do último período de glaciação que se tinha iniciado 50.000 anos antes.

Contudo, não seriam essas dificuldades que teriam posto termo às suas vidas. Eram homens extraordinariamente bem preparados, fortes, saudáveis, inteligentes como nós, e muito bem adaptados ao frio, unidos e solidários entre si.

Os nossos antepassados eram-lhes inferiores em tudo. Tinham a leveza das estepes africanas de onde tinham vindo mas que aqui não representava vantagem.

É certo que lançavam as suas lanças à distancia enquanto que os Neandertais as espetavam mas, na caça dos animais, não era vantagem, pelo contrário.

O poder destruidor da lança espetada no corpo dos animais era muito maior do que a da lançada, e a força, coragem, destreza e espírito de equipa dos caçadores Neandertais, compensavam os riscos do confronto directo.

Saídos de África há 60.000 anos, o homem Sapiens não ensinou nada ao Neandertal. Pelo contrário, aprendeu e evoluiu com ele.

Nessa evolução e cruzamentos, a sua pele foi ficando mais branca, o cabelo alisou para resistirem melhor ao frio e a informação  visual, formada no occipital e que era, comprovadamente, mais acutilante no Neandertal, não teve razão nenhuma para que também não tivesse melhorado entre os nossos antepassados que com eles se cruzaram.

Com toda a tecnologia que hoje existe não foi possível observar no crâneo dos Neandertais qualquer desvantagem relativamente aos Sapiens.

Eram em média mais altos 10 a 12 cm mas o peso, dada a diferença da massa muscular, seria o mesmo. Nenhum contemporâneo nosso, por mais ginásio e musculação que faça, teria qualquer hipótese de vencer um Neandertal no “braço de ferro”.

Pela inserção dos músculos nos ossos ficou a saber-se que teriam o dobro da nossa força.

Só um vulcão como o Campi Felegrei, o mais potente de todo o continente europeu, pôde impedir que não tenham sido eles, com todas as suas vantagens, a estarem hoje, aqui,  no nosso lugar e por direito próprio.

O processo que conseguiram engendrar há 300.000 anos para produzirem o pez de lascas de bétula, que exige temperaturas de quase 400 graus centígrados, e que era indispensável como cola para a construção das lanças, não deixa nenhumas dúvidas sobre as suas capacidades intelectuais.

Da sua herança, nos nossos genes, devemos-lhes apenas, como factor negativo, uma certa tendência para a obesidade porque eles tinham necessidade de gordura para a poderem queimar naqueles corpos poderosos, enquanto que, para nós, aqui sentados à secretária só atrapalha.

Restaram poucos milhares deles a sul de Gibraltar caçando nas planícies hoje cobertas pelas aguas do Mediterrâneo então, cerca de 20 metros mais baixo, mas que começaram a subir com o aquecimento do Hemisfério Norte.

Há cerca de 28.000 anos desapareceram completamente mas continuam em parte, no nosso genoma, o tal “livrinho” que conta a história da nossa vida desde o princípio.

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