O Presidente do Irão

O Presidente do Irão, Hassan Rouhani, agora liberto pelos EUA para estabelecer contactos e visitas a outros países do Ocidente, foi a Roma.

Na cabeça, levava a "rodilha" branca, na mão um cheque de dezassete mil milhões para compras.

O 1º Ministro italiano, Matteo Renzi, interessado em tanto dinheiro mas que não está muito certo do que vai naquelas cabeças, por baixo da "rodilha", à cautela, mandou esconder dentro de umas caixas, as obras de arte, deusas de mármore, despidas, com mais de dois mil anos, ainda do tempo dos gregos, não fossem elas ofender os olhares castos do Sr. Hassan, ao passar pelos corredores onde elas se encontravam.

Esta permanente submissão da nossa cultura e valores ocidentais, por parte de responsáveis políticos, esta cedência a fundamentalistas da religião de Maomé, na nossa casa, por dinheiro ou medo, é um sinal triste dos tempos que estamos a viver.

Afinal, para que morreram os jornalista do Charlie Hebdo se agora, Matteo Renzi tapa, envergonhado, as estátuas milenares das deusas gregas, que fazem parte do nosso património cultural, daquilo que nós somos, para evitar olhares que podem custar negócios?...

Vendemo-nos por "pormenores" que são "só" pedaços de nós próprios, que nos habituamos a admirar, embevecidos, nos compêndios, nos museus, ou quando nos deslocamos em visitas a Roma ou à Grécia, para conhecer, no original, o que é motivo do nosso orgulho... mas que depois tapamos com caixotes, por vergonha destes senhores de "rodilha" branca na cabeça que nem sequer serve para base das canastas em que, antigamente, as varinas vendiam os carapaus...

Este Matteo Renzi, envergonhou os italianos e todos os herdeiros da cultura greco-romana que vieram imediatamente protestar para as redes sociais que, ainda bem, já existem, para reclamarmos em situações tão clamorosas como esta.

Fico, no entanto a pensar, com algum receio, o que seríamos nós capazes de tapar se este senhor desembarcasse aqui, neste cantinho à beira-mar, com um cheque de dezassete mil milhões para gastar...

Bem. é melhor não pensar...