(Domingos Amaral)
Episódio Nº 187
Teresa de Celanova olhou-o, transtornada:
- Isso
é uma injustiça! Salvei Guimarães e agora não me deixam ir?
Senti que era tempo de intervir e
aproximei-me da esposa de meu pai. Tocando-lhe no braço amavelmente, disse.
- A
Maria está grávida e não tem passado bem, depois da cavalgada que fizemos a
fugir de Braga. Gostava de vos pedir ajuda.
Num primeiro momento, em que o desejo de
partir era ainda mais forte do que o sentimento de solidariedade com a nora,
Teresa de Celanova continuou irritada, mas pouco depois cedeu perante minha
insistência e sorriu, para nosso alívio.
Por fim, meu tio Ermígio Moniz, propôs:
-
Iremos os quatro. Afonso Henriques, Egas, Lourenço e eu.
Paio Mendes e João Peculiar regressam a
Braga.
Do fundo da mesa, Gonçalo perguntou:
- E
eu?
Teresa de Celanova, fingindo-se zangada,
repreendeu-o
- Ides para casa de vosso pai, para serdes
educado outra vez!
Enquanto saíamos da sala a rir, notei que
Gonçalo permanecia sentado e contrariado.
Afonso Henriques perguntou-lhe o que se
passava e ele respondeu:
- A
Zaida está em Tui.
Prometeu casar comigo, se a levasse a Córdova.
O príncipe, percebendo o desejo dele
disse-lhe:
- Ide preparar-vos, vindes também.
No final do dia, a única pessoa que ficou
furiosa por não peregrinar até Compostela foi Raimunda, que o príncipe não autorizou
que nos acompanhasse.
O motivo era óbvio, sendo também o maior
temor da minha prima. Afonso Henriques sabendo que Paio Soares estava para
Coimbra, queria visitar Chamoa em Tui, no regresso de Compostela.
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