domingo, fevereiro 07, 2016

Eram sete, as portas da antiga cidade. Resta apenas esta.

Hoje é

Domingo


(Na minhas cidade de Santarém em 7/1/16)



















É-se crente por uma questão de dogmatismo, ou seja, acredita-se sem evidências, sem apoio racional ou científico.

A adesão às crenças já foi muito maior. Tempos houve em que os ateus eram poucos e era preciso coragem para se dar a conhecer como tal.

A norma, quase generalizada, era a crença em Deus e nas religiões da qual se esperava, também, a libertação para além da morte.

Depois, à medida que a modernidade, com o desenvolvimento científico foi explicando o desconhecido, o recurso a Deus foi caindo por desnecessário.

A crença começou a ser fortemente atingida por quantos, fazendo uso da inteligência, do raciocínio e de uma certa coragem para romper com tradições profundamente arreigadas, passaram a exigir evidências científicas para acreditarem, num deus ou fosse no que fosse.

Foi assim, num processo lento, natural, em que o pensamento lógico e racional foi ganhando espaço e se tornou, cada vez para mais pessoas, a única atitude admissível.

O universo, de que somos feitos, impõe-nos uma posição de ambiciosa humildade usando as armas do nosso próprio cérebro para o compreender, e não refugiando-nos em Deus que é uma forma de nos colocarmos fora e acima dele.

Para tal, é preciso apenas afirmar que, se não compreendo, não acredito, torna-se necessário averiguar mais.... É esta a base de toda a ciência

Mas os “profissionais” da crença, os defensores das religiões, os que aceitam o dogmatismo como ponto de partida para o seu pensamento, acusam agora os ateus, os que negam a existência de Deus porque se recusam a aceitar o dogma, o acredito "porque sim", de estarem também a ser dogmáticos... é o que diz o Sr Padre e filósofo Anselmo Borges.

Ou seja, não aceitar o dogma só é possível por outro dogma o que dá lugar a um frente a frente de dogmas...

Acrescenta o Sr. Padre: “é-se religioso por uma necessidade emocional e acreditamos em Deus”... - nos santos, nos milagres e por aí fora porque nunca se sabe até onde nos leva a crença, como a realidade nos mostra – “porque os nossos sentimentos assim nos exigem.”

Dentro da lógica do Sr. Padre, que também é filósofo, é igualmente, por emoções que somos ateus com a desvantagem de que, neste caso, não nos sobra a esperança e o sentido que resultam da crença.

“Não faz sentido viver sem sentido e então, confiamo-nos a Deus pela fé e tudo parece mais razoável, com luz, com sentido, sentido final, precisamente em Deus, o Deus oculto e salvador”.

O Sr. Padre Anselmo precisa de emoções para viver, para lhe darem sentido da vida, porque, em definitivo, não gosta o suficiente da vida, da natureza, do universo, do todo em que está integrado e de que faz parte. 

Ao contrário, eu que não sou crente, admiro a vida em toda a sua complexidade, admiro o ser humano com todas as suas contradições e... ponto final.

Sou humilde, estou aqui de passagem e sinto-me muito honrado por ter tido esta oportunidade o que é, no fundo, uma atitude emocional.

Eu e o Sr. Padre somos ambos emocionais, cada um à sua maneira...

Site Meter