sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Wolfgang Shauble
















Mas não há mesmo quem o empurre da cadeira abaixo? Podia ser que batesse com a cabeça em qualquer lado e ficasse a embirrar menos com Portugal, um desses países latinos, do Sul da Europa, preguiçosos, que não gostam de trabalhar e com pessoas que não são altas nem louras.

Vejam o que ele diz:

- Portugal deve estar ciente de que pode perturbar os mercados.

Se a Bolsa, em Itália, entra no vermelho profundo, se a solvência do Deutsche Bank oferece dúvidas, se as Acções da Societé General, francesa, mergulham, e as perdas do IBEX, em Espanha, este ano, são já de cem mil milhões... e nada disto perturba os mercados ou preocupa o Sr. Shauble, como é possível que o António Costa, nosso 1º Ministro, se limite a pedir flexibilidade na apreciação do Orçamento português, dizendo que vai cumprir o Deficit e tem mesmo já preparadas medidas adicionais caso sejam necessárias, e Schauble já não durma descansado e os mercados tremam por todo o lado?...

Como é que, afinal, um pequeno país como o nosso pode ser tão importante e ter tal repercussão nos mercados financeiros da Europa e no estado de espírito do ministro alemão?

E porque é que a taxa de juros da Dívida Pública portuguesa passou, em 5 deste mês, de 2,938% para 3, 945%, no dia de hoje?

- Será coincidência ou tem a ver, realmente, com o Orçamento expansionista que apresentámos, mas que já deixou de o ser, ou apenas é poucochinho, depois das correcções que lhe foram introduzidas em Bruxelas?

Não sabemos mas, neste mundo, nada acontece por acaso. O nosso governo, de esquerda, pretendeu melhorar um pouco a situação dos mais necessitados no país dando-lhes algum dinheiro a mais e anunciou-o, fez alarde das suas intenções, e os sinais logo apareceram na reacção do Sr. Schauble e dos credores:

- Alto lá, o que é isso? – Esse dinheiro a mais para os pobres é nosso, dos credores, eles podem esperar, nós, não!

Não se tivessem endividado dessa forma. Agora, todo o dinheirinho que arranjarem é para nos pagarem juros e dívida.

É esse o nosso entendimento e nós é que mandamos porque quem tem dívidas e é pequenino como vocês, não têm “querer”.

Este é o diálogo invisível que perpassa nos sinais dos dedos apontados, nas taxas de juro que sobem ou.... por outro lado, tudo isto acerca do Orçamento português, não passa de conversa de treta para o ano de 2016, o ano do cataclismo, de acordo com as previsões do Royal Bank of  Scotland?...

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