quarta-feira, abril 27, 2016

E ainda faz mal à saúde...
Pessimismo...





















Quando leio no jornal que vieram a Lisboa mais 12.000 turistas em 2015 do que no ano anterior mas que gastaram menos, assalta-me um pensamento pessimista, mas, quando mais à frente, fico a saber que o 2014 foi um ano excepcionalmente bom, arrepio o pensamento pessimista e fico mais descansado.

A realidade é tão complexa que os juízos não podem ser precipitados. Mesmo no mundo das coisas concretas, como são os números, há um enorme grau de subjectividade porque nada é precisamente aquilo que parece ser.

Ninguém tem toda a razão porque não há uma única razão, depende do lado por onde se olha e do estado de espírito com que se olha.

A direita, que é oposição em Portugal, acusa o governo de António Costa de que é optimista o que, aparentemente, até deveria ser bom... os pensamentos positivos puxam as pessoas para cima, não é ?...!

Eu, e a maioria das gentes, prefere pessoas optimistas, dispõem melhor nos seus contactos com os outros... passam mensagens positivas... mas a direita, quando está na oposição, pretende  fazer-se de séria e responsável e nada melhor para isso do que ser pessimista.

Pessimismo e optimismo são estados de espírito, pensamentos, maneiras de sentir, nada mudam... aparentemente!

Na realidade, condicionam as expectativas e estas são importantíssimas para os mercados, para a economia e para a vida.

A intenção do governo ao ser optimista é criar um estado de espírito que seja favorável à economia que não se dá bem com os estados depressivos.

Já a oposição vê no optimismo irresponsabilidade, ligeireza, incompetência, como se a vida fosse toda uma enorme chatice...

Se estou dominado por pensamentos pessimistas fico acabrunhado, baixo a cabeça, meto os olhos no chão e em vez de um sorriso o que sai é um olhar frio, inexpressivo a que, antigamente, se chamava: - “cara de despedir hóspedes”.

Todos decidimos, mais ou menos, com base nas expectativas criadas pelos pensamentos, optimistas ou pessimistas. Por alguma razão, os jovens, na força da idade, com toda uma vida pela frente, tenderão a ser optimistas e os velhos, com um limitado horizonte, só terão razões para ser pessimistas.

Lembro-me de um conceituado técnico economista/financeiro, que veio de Bruxelas para ser Ministro das Finanças e a sua primeira preocupação foi dizer aos portugueses, através dos ecrãs da televisão, martelando nas palavras: - “vou proceder a um enorme agravamento de impostos” – estão recordados com certeza...

Passado pouco tempo, escreveu-nos uma carta a confessar o fracasso da sua estratégia e foi-se embora para onde tinha vindo, um gabinete lá na Europa.

O que esperava o senhor? – Ao dizer o que disse, baixou-me tanto as expectativas, criou-me um tal pessimismo no estado de espírito, que a minha espontânea reacção foi fechar-me dentro de casa e guardar todo o dinheiro para lhe pagar o “enorme agravamento de impostos” porque, como toda a gente sabe, com as Finanças não se brinca.

Estão mesmo a ver o que acontece a uma economia e a um país em que as pessoas, amedrontadas, pessimistas, se retraem para conseguirem pagar os impostos que aí vêm.

Talvez haja razões, realisticamente falando, olhando para o que vai por esta Europa e este mundo, para se ser pessimista... talvez, mas não me parece que seja essa a atitude correcta.

Faz muito bem o governo em ser optimista, despertar pensamentos positivos, a vida é curta e os raios de sol que nos aquecem nestes lindos dias de primavera são um apelo à vida.

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