Será que nos está aconvidar para o "bailinho da Madeira?

Paula T. da Cruz

e o 25 de Abril

Há quantos anos não víamos um desfile na Av: da Liberdade comemorativo do 25 de Abril sem punhos no ar a pedirem a queda do governo?

- Eu não me lembro mas também não recordo a última vez que tivemos a extrema esquerda na área do poder!

Uma coisa e outra explicam-se a si próprias e tudo se deve a António Costa, sem dúvida, o maior negociador político que o país já conheceu.

Com excepção de Paula Teixeira da Cruz, polémica Ministra da Justiça de Passos Coelho e a quem o PSD encarregou de fazer o discurso alusivo ao 25 de Abril na Assembleia da República, todas as intervenções foram cordatas a corresponderem aos apelos de bom senso do Presidente da República.

Esta mulher, mais uma vez, demonstrou ser uma política ressabiada - se não mesmo uma pessoa - a lembrar os pirómanos, nos verões secos e quentes, de isqueiro em punho, a incendiar as matas do país.

Temos um governo que dispõe de um apoio maioritário absoluto de deputados na Assembleia da República, que lhe confere legitimidade e estabilidade, mas a senhora insiste que quem devia governar era Passos Coelho que depois de ter sido empossado como 1º Ministro pelo Presidente Cavaco Silva, sensível ao facto de ele ter ganho as eleições, foi destituído porque o seu programa foi recusado pela maioria dos votos da oposição, como era esperado... autêntica perda de tempo para o país!

De resto, aqui ao nosso lado, a vizinha Espanha, em que o desfecho das eleições foi precisamente o mesmo, com vitória minoritária do PSOE, Mariano Rajoy, o seu líder, nem sequer se lembrou de reclamar o poder porque sabia que o seu destino seria a destituição pelos restantes partidos do arco da governação que, em conjunto, eram maioritários. Lá como cá, a mesma situação.

Mas Paula Teixeira da Cruz é de ideias fixas e quando Passos Coelho a mandou fazer o discurso do 25 de Abril, na Assembleia da República, estava, nitidamente, a “atiçar o cão às feras”, e ela lá voltou a insistir que o governo de António Costa é ilegítimo e quem devia estar no seu lugar era Passos Coelho, líder do partido que recebeu mais votos nas eleições, blá-blá-blá-blá-blá-blá...

Há aqui um problema grave na cabeça desta senhora que, das duas uma: ou não aprendeu as mais elementares regras da democracia representativa ou, na hipótese restante, não sabe somar dois mais dois.

Passos Coelho, mantém-se de sorriso afiado. Ele sabe que há uma direita em Portugal que confia nele como garante certo dos seus interesses, que ele nunca trocou pelos da escumalha, incapaz de produzir riqueza como as grandes empresas... todos estão lembrados.

Recordam-se, quando iniciou as funções de Chefe do Governo, em 2011, até mandou vir de Bruxelas um Ministro das Finanças, de propósito, para agravar os impostos aos portugueses e lembram-se depois do que aconteceu? ... ele escreveu uma carta e foi-se embora para o gabinete de onde tinha vindo.

Esta Paula Teixeira da Cruz é um achado da democracia portuguesa!...