Miséria moral da política
Vital Moreira
No Brasil, o PMDB, que era o principal partido
da coligação governamental da Presidente Dilma Roussef, decidiu romper a coligação e sair do
Governo (onde tem vários ministros), preparando-se obviamente para apoiar a
destituição (impeachment) da
Presidente.
O que é escandaloso é que o líder do Partido, Michel Temer, que é
vice-presidente da República (pela segunda vez desde 2011) com base nessa mesma
aliança política que o PMDB agora rompe, e que "articulou"
pessoalmente o rompimento, não vai abandonar o cargo, preparando-se para
substituir a Presidente depois de lhe "tirar o tapete"!
Dizem eles que Temer é vice-presidente por força da eleição popular, o que é
verdade. Mas só foi eleito por causa da aliança do PMDB com o PT nas eleições
presidenciais e por ter sido incluído na "chapa" da Presidente.
Sendo a eleição conjunta, os votos que o elegeram foram os da Presidente, a
quem deve obviamente a sua eleição e que ele se prepara para trair
politicamente. Sucedendo nestas condições à Presidente destituída, qual poderá
ser a sua autoridade e legitimitidade política como Presidente?
Para quem julgava que a vida política
brasileira é uma selva sem lei nem ética, este exemplo de miséria moral é uma
patente confirmação.
Obs
Os cidadãos brasileiros devem estar atentos a esta situação. Ao fim e ao cabo, são eles, em todo o mundo onde são ouvidos, que devem dar aos políticos os sinais certos para as decisões.
Este oportunismo é algo de reprovável e não é preciso saber de política, basta pensar em comportamentos honestos, o que está ao alcance de qualquer brasileiro.
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