Joâo Soares, Ex-Ministro da Cultura |
Umas salutares bofetadas...
Nos tempos quentes do pós-25 de Abril, na Madeira,
depois de ouvir o já líder do Governo Regional declarar, referindo-se ao
Conselho da Revolução, que «os militares efeminaram-se», Carlos Lacerda,
Coronel, Comandante do Regimento de Cavalaria do Funchal, vestiu-se a rigor,
pediu uma audiência e de imediato deu-lhe um par de bofetadas que lhe devem ter sabido muito bem...
É assim, as bofetadas dão-se, não se prometem. João
Soares que prometeu duas bofetadas ao cronista Polido Valente e a Augusto
Seabra, comentador político, por se sentir atingido pessoalmente pelas críticas,
ficou-se pelas palavras ou seja: por nada!
Ainda por cima, palavras velhas e gastas como a Sé de
Braga, que já não despertam nenhum tipo de curiosidade, vindas logo de um político
perfeitamente previsível neste género de atitudes, na linha de quem foi “filho
da mamã”...
Se é para nos ficarmos por palavras, e parece que sim
porque João Soares já avisou que é um homem pacífico, como de resto já sabíamos,
então que seja criativo e inovador como Carlos Azeredo, então Coronel, hoje
General, que disse a João Jardim:
- «Eu falo e o
senhor abana as orelhas. Fiz-me entender? Caso contrário dou-lhe uns coices
para entender»
Também não passou das ameaças mas, pelo menos, teve
piada o nosso coronel, que, por coerência, até era da arma de Cavalaria.
João Soares, Ministro da Cultura, pertence a uma família
com tradições. O seu avô, João Lopes Soares, foi professor, político, pedagogo,
deputado e ministro das Colónias durante a 1ª República, pai de Mário Soares, o
mais influente político da democracia, mas está, no entanto, ultrapassado nas reacções.
Ficou na época do Camilo, Ortigão, Antero e Eça de
Queiroz, a que pertenceu o seu avô, quando havia apreciadores de um belo duelo
que, quando as coisas corriam bem, acabavam por um cavalheiresco aperto de mão.
Agora não, vão para o Facebook, esse “pátio de
intrigas e más línguas” e de rato na mão, substituem o click à espada e vão
desferindo insultos, calúnias, ameaças... desculpem, quero dizer estocadas.
Quem está na política e ainda por cima com
responsabilidades governativas tem de perceber que está sujeito a críticas e
apreciações nem sempre agradáveis.
É a vida... como dizia o Guterres e a minha neta
Filipa quando tinha 3 anos e partiu um frasco de perfume.
Mas quem conhece a personalidade de João Soares não se
admira... o que é de admirar é que António Costa o tenha incluído no seu
governo com a pasta da Cultura, aparentemente inofensiva, depois da oposição interna
que aquele lhe moveu e até de “bocas” desagradáveis quando, interpelado,
aos microfones da TV, mandou Costa “ir chefiar a Câmara de Lisboa” e
deixar-se de mais altos voos de liderança do partido.
Agora, o que eles disseram para merecerem as bofetadas:
- «Passados meses não afirmou uma linha de acção política,
tão só um estilo de compadrio, prepotência e grosseria... Que um governante se
rodei de pessoas de sua confiança é óbvio. Mas no caso do gabinete de Soares
trata-se de uma confraria de socialistas e de maçons» - Augusto Seabra, crítico
de Cultura.
- «Como o Dr. João Soares muito bem sabe, não tenho
por ele qualquer respeito, nem como homem, nem como político» - Vasco Pulido
Valente, Colunista.
Depois do “ ralhete” do 1º Ministro, e como era de
esperar, João Soares, hoje, demitiu-se...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home