Num tribunal de cidade pequena, o advogado de acusação chamou a sua primeira testemunha, uma avó de idade avançada.
Aproximou-se
da testemunha e perguntou:
- D.
Ermelinda, a senhora conhece-me?
-
Claro.
Conheço-te
desde pequenino e francamente, desiludiste-me.
Mentes
descaradamente a todo o mundo, enganas a tua mulher com a secretária, ainda
fizeste um filho na tua cunhada, e deste-lhe dinheiro para se livrar da
barriga, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas costas.
Julgas que
és uma grande personalidade, quando não tens sequer inteligência suficiente
para ser varredor.
É
claro que te conheço. Se
conheço...
O advogado
ficou branco, sem saber que fazer. Depois de pensar um pouco, apontou para o
outro extremo da sala e perguntou:
- D.
Ermelinda, conhece o defensor oficioso?
-
Claro que sim.
Também
o conheço desde a infância.
É frouxo,
não tem tomates para manter a mulher na linha, ela anda a fornicar com os
empregados da casa, o motorista, o jardineiro e até o carteiro dorme com ela.
Todo o
mundo sabe.
Tem
problemas com a bebida, não consegue ter uma relação normal com ninguém e na
qualidade de advogado, bem... é um dos piores profissionais que conheço.
Não me
esqueço também de referir que engana a mulher com três mulheres diferentes, uma
das quais, curiosamente, é a tua própria mulher.
Sim,
também o conheço, e muito bem!...
O defensor
ficou em estado de choque.
Então,
o Juiz pediu a ambos os advogados que se aproximassem do estrado e com uma voz
muito baixa diz-lhes:
- Se algum dos dois perguntar à puta da velha
se me conhece, juro-vos que vão todos presos!
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