quinta-feira, abril 07, 2016

A Dª Ermelinda
















Num tribunal de cidade pequena, o advogado de acusação chamou a sua primeira testemunha, uma avó de idade avançada.

Aproximou-se da testemunha e perguntou:

- D. Ermelinda, a senhora conhece-me?

 - Claro.

Conheço-te desde pequenino e francamente, desiludiste-me.

Mentes descaradamente a todo o mundo, enganas a tua mulher com a secretária, ainda fizeste um filho na tua cunhada, e deste-lhe dinheiro para se livrar da barriga, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas costas.

Julgas que és uma grande personalidade, quando não tens sequer inteligência suficiente para ser varredor.

É claro que te conheço. Se conheço...

O advogado ficou branco, sem saber que fazer. Depois de pensar um pouco, apontou para o outro extremo da sala e perguntou:

- D. Ermelinda, conhece o defensor oficioso?

- Claro que sim.

Também o conheço desde a infância.

É frouxo, não tem tomates para manter a mulher na linha, ela anda a fornicar com os empregados da casa, o motorista, o jardineiro e até o carteiro dorme com ela.

Todo o mundo sabe.

Tem problemas com a bebida, não consegue ter uma relação normal com ninguém e na qualidade de advogado, bem... é um dos piores profissionais que conheço.

Não me esqueço também de referir que engana a mulher com três mulheres diferentes, uma das quais, curiosamente, é a tua própria mulher.

Sim, também o conheço, e muito bem!...

O defensor ficou em estado de choque.

Então, o Juiz pediu a ambos os advogados que se aproximassem do estrado e com uma voz muito baixa diz-lhes:

 - Se algum dos dois perguntar à puta da velha se me conhece, juro-vos que vão todos presos!

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