quinta-feira, maio 12, 2016

Hoje, Dilma, não sorri
E agora?...




























A esta hora Dilma já foi destituída do cargo de Presidente do Brasil, suspensa por 180 dias, não por um golpe de Estado mas por uma instrumentalização da lei, o que, do ponto de vista político, talvez não seja muito diferente.

É uma decisão perigosa para o Brasil, é um pouco como aqueles jovens, meio-loucos, inconscientes, sedentos de aventuras, mesmo aquelas que ponham em risco as suas vidas.

O que virá depois de Dilma não se sabe, rigorosamente ninguém sabe, para além de que o Vice vai subir a Presidente mas, do ponto de vista social, é uma incógnita e não se espera que seja algo de melhor, havendo observadores que referem que as rupturas são tão grandes que falar de uma guerra civil não será nenhum disparate.

É verdade que já há vizinhos que se deixaram de falar mas, pessoalmente, não me parece que os brasileiros tenham muita propensão para guerras civis o que não exclui desordens, confrontos, com a própria Dilma, no seu discurso depois de exonerada, falar que foi vítima de um golpe de Estado, ela, que tinha sido eleita democraticamente por 56 milhões de brasileiros, e se vê agora destituída do poder, apelando ao povo para ir à luta.

O Brasil parece uma sociedade em desagregação. Durante alguns anos, no tempo de Lula da Silva, com os proveitos do petróleo a preços escandalosamente altos “taparam-se buracos”, distribuindo apoios sociais às pessoas mais carenciadas que lhes melhoraram a qualidade das suas vidas, mas o benefício durou apenas enquanto existiu dinheiro.

Esta visão de curto prazo pode ser suicidária porque aguça o apetite das pessoas tornando mais difícil o regresso às dificuldades anteriores.

Melhora-se hoje sabendo, desde logo, que vai piorar a seguir, de acordo com o velho ditado português de que “enquanto o pau vai e vem folgam as costas”...

Um país deve preparar o futuro da mesma forma que os pais fazem com os filhos, investindo neles em educação e formação profissional, dando-lhes bases para que eles possam concorrer melhor com os outros quando forem crescidos.

Sabemos que há opções que não são fáceis de tomar como pais ou como governantes e sabemos que Lula da Silva se deparou com situações de fome generalizada em algumas regiões às quais procurou atender com as Bolsas Família.

Como criticá-lo por isso? – A saída certa será sempre uma solução de compromisso que não sacrificando o presente também não esqueça o futuro, mas o povo brasileiro terá que ser sempre o principal autor do seu próprio destino.

Lembro sempre, o que disse o Presidente Kennedy: -“Não pergunteis o que o Estado pode fazer por vós mas sim o que vós podereis fazer por ele...”.

Esta mesma pergunta pode ser feita em todos os países, nomeadamente no Brasil, e da resposta das populações dependerá o futuro.

Neste momento, a sociedade brasileira está em polvorosa. O novo Presidente vai apresentar-se com um novo elenco, gente que vai, com certeza, ser contestada fortemente e a instabilidade vai instalar-se mais do que nunca.

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