quarta-feira, maio 11, 2016

Centro da Europa
Porque gosto

de ser


europeu...
















Londres elegeu como Mayor, Sadiq Khan, filho de emigrantes paquistaneses.

Londres, tem uma população aproximada de 9 milhões de habitantes mas apenas 12% são muçulmanos, o que significa que a maioria esmagadora nada tem a ver com a nacionalidade dos ascendentes do novo Mayor. Votaram nele apenas porque lhe reconheceram, com certeza, mais qualidades do que aos outros candidatos.

- A isto, chama-se civilização, tal como eu a entendo e a maioria dos meus conterrâneos europeus também entende.

Contudo, um jornalista paquistanês publicou uma opinião no seu Blog, tal como eu estou fazendo neste momento, elogiando as oportunidades que são concedidas pelo sistema político britânico que permitem condições de igualdade a todos os seus habitantes, independentemente da sua origem, no acesso a lugares de responsabilidade na sociedade pelo que, um paquistanês, era igualmente um inglês.

- O que tu foste dizer!!! ...

Quatro motards, de certeza com as cabeças ocultas dentro de capacetes, mataram-no à mesa de um Café em Karachi.

 - A isto, chama-se barbárie, retrocesso na história da civilização humana e, por aí fora...

Em que ficamos, agora? – Condenar estes quatro energúmenos que agem em nome de facções esquizofrénicas da sociedade, ou, elogiar aqueles milhões de britânicos que elegeram Sadiq Khan, filho de emigrantes paquistaneses, para Mayor de Londres?

- O que pensará a população paquistanesa perante estes dois acontecimentos?

Atrevo-me a pensar que, tristeza pelos facínoras, ferozmente nacionalistas, chauvinistas, que escondem atrás deste tipo de sentimentos o puro desejo de matar, e  orgulho por Sadiq Kahn que numa sociedade democrática, de livre escolha dos que são considerados melhores, ele impôs-se como tal.

Mas pensam, também, que o cenário onde ocorrem estes acontecimentos, não lhes pode ser estranho.

Num, prevalece a liberdade, o respeito pelos direitos das pessoas de serem compensadas pelos seus méritos independentemente de tudo o resto e, o outro, que cala por medo, indecisa, entre preconceitos e valores antiquados que privilegiam os mais fortes, os que têm a força e não largam o domínio sobre os outros, mais frágeis e sobre os quais é preciso exercer represálias para os manter em respeito e submissos.

A Europa e a cultura europeia, continuam a ser uma referencia para o mundo, pena é que os interesses que nela predominam não lhe permitam que se exerça em todo o esplendor dos seus valores humanísticos.

Em qualquer parte do mundo, que não a Europa ou o mundo ocidental, que partilha a nossa cultura e valores, Sadiq Khan não teria sido eleito, o que significa que estamos no caminho certo num aspecto muito importante da vida das pessoas em sociedade.

Não foi fácil nem rápido chegar aqui, pois tivemos de caldear muita coisa, desde os valores da moral cristã, filosofia clássica grega, renascimento, iluminismo, filosofia moderna, e recebemos muito de outras culturas com quem contactamos, mais do que qualquer outra civilização que evoluíram fechadas nos seus casulos.

Por tudo isto, satisfaz-me ser europeu, apesar de tudo...


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