quarta-feira, junho 01, 2016

A Geringonça
A Geringonça




























António Costa inverteu o curso dos acontecimentos políticos em Portugal e, quando todos estavam à espera de mais Passos Coelho, que tinha ganho as eleições de finais de 2015, ele descobriu a Geringonça, assim chamada por Vasco Polido Valente e divulgada por Paulo Portas, por ser um governo do PS com o apoio dos partidos da extrema-esquerda que divergem em aspectos tão importantes como o da NATO e a integração na Comunidade Europeia, que nos retirou a autonomia política a troco de apoios financeiros.

Esta solução do PS, terá desagradado fortemente à Europa, comandada por uma Alemanha politicamente de direita o que levou, nestes últimos dias, o nosso Presidente Marcelo a um encontro com Merkel, de certo para a descansar e prestar-lhe algumas juras de amor...

Admito que esta ligação de António Costa aos comunistas de Jerónimo de Sousa e a Catarina, do Bloco de Esquerda, por muito pragmatismo que exista da parte destes, terá feito desconfiar os homens do dinheiro que, por isso, ou porque os ventos são mesmo estes, fizeram desaparecer por completo os investimentos de capital estrangeiro no país sem os quais a economia, a riqueza e o emprego não crescem.

Uma Europa de direita pode não estar contra nós mas não gosta de nós, esperando agora o que vai sair de Espanha, talvez um governo mais mitigado de direita relativamente ao que lá estava.

O grande desafio que se coloca a António Costa são as metas do PIB, que temos de respeitar, em luta com as exigências dos seus parceiros de coligação que puxam pelos direitos sociais, mais despesa pública...

Aguardam-se os resultados do próximo trimestre sabendo-se que os do primeiro, na linha do que vinha de trás, ainda do tempo de Passos Coelho, continuam a não ser bons.

António Costa, com a demagogia própria dos políticos, e digo isto com muita pena minha, com muita pena minha, que gosto dele e, naturalmente, teve o meu voto, fez promessas de que ia “acabar com a austeridade” , o que não passou de uma expressão metafórica, pois todos sabemos que não estão criadas condições para acabar com nenhuma espécie de austeridade o que, não quer dizer, que a sua sensibilidade política/social seja a mesma de Passos Coelho.

António Costa dá explicações, não só plausíveis mas verdadeiras: a conjuntura externa, a crise europeia, o arrefecimento da China, a perturbação no Brasil, a confusão na Venezuela, as receitas petrolíferas de Angola que tão úteis eram para nós, tudo, enfim está em desfavor mas já estava há poucos meses atrás quando ele falava em acabar com a austeridade.

Costa tem que ser um político credível, e não de um optimismo para além das marcas. Palavras de esperança são uma coisa, outra, bem diferente, são as promessas e as expectativas que se desmentem a cada dia que passa.

O próximo Julho irá confirmar, ou desmentir, previsões de Mário Centeno que poderá ter que se socorrer de medidas não previstas para conter o Deficit dentro das previsões e  limites que nos são impostos...

Às vezes, dá-me a sensação que certos políticos de esquerda, que são aqueles que mais me interessam, gostam de fazer equilíbrios na corda bamba como se fossem crianças para quem o risco é suprema brincadeira...

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