quarta-feira, junho 15, 2016

O  que a religião obriga a dizer...
O Sr. Erdogan






















“Uma mulher que rejeita a maternidade, independentemente de quão bem sucedida seja a sua vida profissional, é deficiente ou incompleta”


O autor desta frase é o Presidente da Turquia, Erdogan, que tudo tem feito para conseguir entrar na Comunidade Europeia embora o seu discurso seja agora de contra-ataque, afirmando que a Europa precisa mais da Turquia do que esta da Europa.

As negociações para a entrada da Turquia na CE começaram em 2005 mas, na realidade, não era para ser levado a sério, de parte a parte.

O povo turco cobiça e deseja os níveis de bem-estar dos europeus mas nunca aceitaria, por não se revêr neles, os valores seculares e pós modernos europeus.

Ambicionar a prosperidade e a qualidade de vida na Europa é compreensível, mas perfeitamente irrealista quando a moeda de troca seria harmonizar conceitos de vida tão diferentes como este respeitante às mulheres.

Por outro lado, a Europa não tem capacidade para aceitar a Turquia... desde os Fundos Estruturais, Política Agrícola, votos do Conselho, deputados no Parlamento, e outras razões respeitantes ao funcionamento da União, que implicariam um novo Tratado...

Mas deixemos tudo isso e fixemo-nos apenas na declaração do Sr. Edogran, que é lei, ou até mais do que ela, dada a sua natureza religiosa - preceito da religião islamita - e que expressa o conceito existente naquela sociedade relativamente à mulher.

Nós, aqui na Europa, temos como fazendo  parte dos nossos valores, o respeito pela mulher, mesmo dando de barato que ele foi aperfeiçoado ultimamente, não sendo, por conseguinte, uma conquista antiga, quando a mulher tinha um estatuto inferior ao do homem.

Mas fixemo-nos no “hoje”, e hoje o que impera e faz lei, é o respeito pela vontade da mulher quanto ao ter ou não filhos, que devem ser o resultado de uma decisão conjunta e, se possível, com amor.

Se um político, ou um qualquer responsável, na Europa, produzisse uma afirmação como a de Erdogran, faria corar de espanto e indignação toda a gente, excepção feita aos seguidores de Maomé que aqui vivem e tralham.

Porque, na verdade, a questão é religiosa... e, contra isso, é difícil lutar já que estamos no domínio de vírus que se apossam do cérebro humano – não bélicos propriamente ditos, na maioria esmagadora dos casos -  mas que se podem transformar em armas mortíferas.

Em França, recentemente, foram mortas 130 pessoas aos gritos de Alá, não esqueçamos isso, que se passou há meia dúzia de dias... e não no tempo das cruzadas.

Erdogran, impõe às mulheres o seu papel procriador. Não o desempenhando, ou recusando-se a ele, transformam-se em deficientes, ficam incompletas, idéia que me repugna, a mim, portador de uma cultura cujos valores impõem, e aqui, sim, o termo certo é impor, respeito por homens e mulheres em pé de igualdade.

“Graças a Deus” sou ateu mas, felizmente, as pessoas religiosas na minha terra, que é a Europa, não têm nenhuma dificuldade em entenderem e partilharem, nas suas vidas, uns com os outros, este conceito de respeito pelos direitos, em pé de igualdade, por homens e mulheres.

Gostei muito de ter visitado a Turquia, há uns anos atrás, e ter conhecido as suas extraordinárias cidades subterrâneas, na Capadócia, bem como as ruínas de Éfaso, que remonta ao nascimento da religião cristã, criada por gregos e romanos, no extremo sudoeste da Península da Anatólia, banhada pelo Mar Egeu e, para onde dizem, que a mãe de Jesus da Nazaré se refugiou perseguida pelos romanos.

A mim, pelo menos, foi-me mostrado o local e as ruínas do que terá sido a sua casa.

De tudo isto gostei muito e senti-me enriquecido.


Com o Sr. Erdogran senti-me desiludido e empobrecido... dito por outras palavras e à bruta:

 - Na opinião do Sr. Erdrogan a mulher deve ser uma espécie de “vaca de procriação”, eu devo ter sido um “boi de cobrição” e ele... uma “besta quadrada”.


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