O que a religião obriga a dizer... |
O Sr. Erdogan
“Uma mulher que rejeita
a maternidade, independentemente de quão bem sucedida seja a sua vida
profissional, é deficiente ou incompleta”
O autor
desta frase é o Presidente da Turqui a,
Erdogan, que tudo tem feito para conseguir entrar na Comunidade Europeia
embora o seu discurso seja agora de contra-ataque, afirmando que a Europa
precisa mais da Turqui a do que esta
da Europa.
As
negociações para a entrada da Turqui a
na CE começaram em 2005 mas, na realidade, não era para ser levado a sério, de
parte a parte.
O povo
turco cobiça e deseja os níveis de bem-estar dos europeus mas nunca aceitaria,
por não se revêr neles, os valores seculares e pós modernos europeus.
Ambicionar
a prosperidade e a qualidade de vida na Europa é compreensível, mas perfeitamente
irrealista quando a moeda de troca seria harmonizar conceitos de vida tão
diferentes como este respeitante às mulheres.
Por
outro lado, a Europa não tem capacidade para aceitar a Turqui a... desde os Fundos Estruturais, Política Agrícola,
votos do Conselho, deputados no Parlamento, e outras razões respeitantes ao
funcionamento da União, que implicariam um novo Tratado...
Mas
deixemos tudo isso e fixemo-nos apenas na declaração do Sr. Edogran, que é lei,
ou até mais do que ela, dada a sua natureza religiosa - preceito da religião
islamita - e que expressa o conceito existente naquela sociedade relativamente
à mulher.
Nós, aqui na Europa, temos como fazendo parte dos nossos valores, o respeito pela
mulher, mesmo dando de barato que ele foi aperfeiçoado ultimamente, não sendo,
por conseguinte, uma conqui sta
antiga, quando a mulher tinha um estatuto inferior ao do homem.
Mas
fixemo-nos no “hoje”, e hoje o que impera e faz lei, é o respeito pela vontade
da mulher quanto ao ter ou não filhos, que devem ser o resultado de uma decisão
conjunta e, se possível, com amor.
Se um
político, ou um qualquer responsável, na Europa, produzisse uma afirmação como
a de Erdogran, faria corar de espanto e indignação toda a gente, excepção feita
aos seguidores de Maomé que aqui vivem e tralham.
Porque,
na verdade, a questão é religiosa... e, contra isso, é difícil lutar já que
estamos no domínio de vírus que se apossam do cérebro humano – não bélicos propriamente ditos, na
maioria esmagadora dos casos - mas que
se podem transformar em armas mortíferas.
Em
França, recentemente, foram mortas 130 pessoas aos gritos de Alá, não
esqueçamos isso, que se passou há meia dúzia de dias... e não no tempo das
cruzadas.
Erdogran,
impõe às mulheres o seu papel procriador. Não o desempenhando, ou recusando-se
a ele, transformam-se em deficientes, ficam incompletas, idéia que me repugna,
a mim, portador de uma cultura cujos valores impõem, e aqui ,
sim, o termo certo é impor, respeito por homens e mulheres em pé de igualdade.
“Graças
a Deus” sou ateu mas, felizmente, as pessoas religiosas na minha terra, que é a
Europa, não têm nenhuma dificuldade em entenderem e partilharem, nas suas
vidas, uns com os outros, este conceito de respeito pelos direitos, em pé de
igualdade, por homens e mulheres.
Gostei
muito de ter visitado a Turqui a, há
uns anos atrás, e ter conhecido as suas extraordinárias cidades subterrâneas,
na Capadócia, bem como as ruínas de Éfaso, que remonta ao nascimento da
religião cristã, criada por gregos e romanos, no extremo sudoeste da Península
da Anatólia, banhada pelo Mar Egeu e, para onde dizem, que a mãe de Jesus da
Nazaré se refugiou perseguida pelos romanos.
A mim,
pelo menos, foi-me mostrado o local e as ruínas do que terá sido a sua casa.
De tudo
isto gostei muito e senti-me enriquecido.
Com o
Sr. Erdogran senti-me desiludido e empobrecido... dito por outras palavras e à
bruta:
- Na opinião do Sr. Erdrogan a mulher deve ser
uma espécie de “vaca de procriação”, eu devo ter sido um “boi de cobrição” e
ele... uma “besta quadrada”.
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