Faz hoje 100 anos de idade. Parabéns... |
Kirk Douglas
Lembram-se dele, aquele da covinha no queixo que as pessoas da minha geração conheceram a desempenhar no cinema os papéis de Spartacus, chefe de uma revolta de escravos contra Roma e de Ulisses, entre outros?
Pois bem, é vivo, faz hoje 100 anos e no
seu rosto envelhecido a covinha no queixo tende, naturalmente, a desvanecer-se
mas faz jus aos heróis que representou, porque para além de estar vivo continuar
lúcido e crítico, como sempre foi, ao fim de um século de existência, já é uma
heroicidade.
Fico feliz porque ele preencheu, tal
como Burt Lancastar, Gary Cooper, Gary Grant e outros, em filmes inesquecíveis
que levaria comigo se tivesse de passar o resto dos meus dias sozinho numa
ilha, a minha juventude de sonhos e aventuras.
Não havia televisão que chegaria em
1957 e o cinema era a mais popular e divulgada forma de espectáculo quando as
salas se enchiam de espectadores e nós, estudantes, faltávamos a uma aula para ir ver uma cowboyada na matiné lá do bairro onde brilhava um daqueles nossos heróis.
Com 100 anos, feitos hoje, Kirk Douglas
sobreviveu à 2ª G.G., a uma queda de helicópt ero,
trombose e a dois joelhos novos... Era filho de um casal de russos, tendo
chegado aos E.U. em 1912 com o nome de Issur Damelovitch, que ele se encarregou
de mudar para Kirk Douglas e, a partir daí, não mais deixou de chamar a atenção
para o que estava mal na sociedade.
Viu de tudo e nunca se calou com o seu
feitio difícil e pouco disposto a cedências. Ele perguntava: - “O que é ser um
gajo porreiro? – Nada de nada... um enorme zero com um sorriso para toda a
gente”.
Convicto na vida, duro nas salas de
cinema.
Junto os meus parabéns pelo teu aniversário
centenário aos milhões de parabéns de outros tantos fãs como eu por esse mundo
fora. Saber-te vivo é continuarmos jovens a reviver o Spartacus que tu tão bem
interpretaste e cuja cela, no Coliseu de Roma, onde certamente estiveste no
decorrer das filmagens, eu visitei num passeio àquela histórica
cidade já há uns bons anos atrás.
Actores como tu nem sequer deviam
envelhecer, a vida devia ter parado e eu devia ter continuado a ser jovem nessa
época dos anos sessenta que tantas esperanças alimentaram nos nossos espíritos.
De certeza que não estás também satisfeito
com o Presidente que agora te vai calhar em sorte. Não podes
estar... crítico como és, tiveste de esperar 100 anos para veres um homem como
Trump ser Presidente do país que um dia os teus pais escolheram para viver e
que passou a ser o teu.
É o que acontece quando se vive durante
muitos anos: apanha-se muita coisa boa: descobertas científicas, curas e
vacinas para doenças terríveis, mas também se corre o risco de ver morrer à nossa volta pessoas que nos são queridas e, vê lá tu, inesperadamente, sem ninguém contar, apanhar com um
Trump pela "tromba"...
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