segunda-feira, dezembro 12, 2016

O Diabo Existe? 



















A Bíblia está cheia de alusões ao Diabo e da variedade de nomes com que ele é designado. Como todos os seus conterrâneos, Jesus falou sobre o diabo e acreditou na sua existência mas essa crença não foi, nem de perto nem de longe, o centro da sua mensagem resultando, antes, num “elemento de contraste” para a boa notícia que pregava e que essa, sim, era o essencial da sua mensagem: a existência de um Deus bom no qual se pode ter uma confiança ilimitada e na superação do medo como caminho de “salvação”.

Todos os povos acreditaram e continuam acreditar na existência do Diabo. No cristianismo o diabo foi imposto no Concílio de Letrão em 1215. É uma crença que a igreja católica e as protestantes mantêm até aos dias de hoje.

Em 1974 o Papa Paulo VI afirmou:


“ O demónio existe não só como símbolo do mal mas como realidade física”.

No ano seguinte, e perante correntes teológicas que punham esta crença no domínio do simbólico, o Papa Paulo VI afirmava: “quem se negar a reconhecer a sua existência e quem o explica como uma pseudo-realidade, uma personificação conceptual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças, coloca-se fora do quadro do ensino bíblico e eclesiástico”.


Outra Teologia: O Diabo é um Mito


– São mesmo os teólogos católicos que questionam com uma sólida argumentação a existência do Diabo. Entre eles, destaca-se o sacerdote católico e professor universitário alemão, Herbert Hagg, especialista no Antigo Testamento e que procura “construir pontes entre a mensagem bíblica e a gente de hoje”.

 Ele é autor de um livro fundamental sobre este tema “O Diabo, Sua Existência como Problema” (editorial Herder, 1978) no qual reduziu a mito o relato do “Anjo Caído” e promove uma visão teológica numa outra perspectiva mais construtiva e transformadora.

Herbert Hagg documenta no seu livro os terríveis resultados históricos que a “fé no diabo” provocou ao longo da história da humanidade e em especial ao longo da história do cristianismo.


Papa Francisco afirmou que o demónio não é uma fábula; ele existe, e os cristãos não devem ser ingénuos diante de suas estratégias.

Não vale a pena esperar verdadeiras aberturas naquilo que são os pilares da doutrina católica de Roma. Não é o diabo que verdadeiramente interessa à Igreja: é o medo, esse sim é que interessa. 

Manter os fieis amedrontados com o inferno e o diabo são estratégias que perturbam as mentes mas servem os desígnios de obediência ao culto e às autoridades que superintendem a esse culto em toda a hierarquia desde o simples padre da aldeia até ao papa de Roma.

A ameaça e o medo foram sempre armas eficazes para qualquer poder seja ele político ou religioso.



Nota - O homem é medroso e ainda bem que o é ou não existiria há muito... O medo é uma estratégia para a vida e a ameaça um instrumento de coacção posto em prática logo pelas nossas mães quando meninos e nos diziam: - "Ou te portas bem ou levas uma palmada!..." mas que também serviu como forma de aviso para nos salvar a vida desde os tempos imemoriais: - Se vais para a beira rio vem o crocodilo e come-te...

A religião usou e abusou da ameaça e do medo: - "Se não obedeces à Igreja vais para o inferno..." e o demónio aparece nesta história personificando o medo, tentando torná-lo real, ameaçador e perigoso.

No tempo da guerra colonial, em Angola, o meu Batalhão, o 381, era o dos Diabos...
Compreendo esta alusão ao diabo por parte da Igreja como uma metáfora para significar tudo quanto é "mau" , "perigoso" e "ameaçador" para os católicos mas que, nos dias de hoje, o Papa Francisco, não o Pio XII que já lá vai, era reaccionário e fazia até acordos com o Hitler, pretenda manter acesa a fogueira do medo reafirmando a existência do diabo, não como uma fábula, mas algo que existe com uma estratégias perigosa, já é mais difícil de aceitar...

Medo, disciplina, respeito e obediência, tudo faz parte da verdadeira estratégia: manter o "rebanho" unido dentro e à volta da hierarquia da Igreja de Roma.

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