terça-feira, janeiro 17, 2006

Pequenos apontamentos (de reportagem) como diria Raul Durão...

Image Hosted by ImageShack.usA acusação deduzida pelo Ministério Público ao Isaltino Morais é grave e bem preenchida, mas será que está bem fundamentada? Será que a acusação fez bem o seu trabalho de casa, como agora se diz? Cada vez mais receio que o Avelino Ferreira Torres tenha razão quando afirmava que a lei está cheia de meandros e o que é preciso é um bom advogado que será aquilo que não vai faltar ao Isaltino, ao Todo Bom e restantes associados.

A qualidade de quem acusa em nome da “causa pública” que é como quem diz, em nosso nome, especialmente nestes crimes de colarinho branco, parece-me bastante inferior à de quem defende, e se pensarmos na diferença do que ganham defensores e acusadores, até se compreende que seja a Justiça a perder e então, a nossa, que tanto anda pelas ruas da amargura...

Sinceramente, estou céptico, como provavelmente, a maioria dos nossos compatriotas quando se trata de testes à Justiça portuguesa, mas de qualquer maneira com esta acusação as hostes do Isaltino tremem e a nossa amiga Teresa averba um pequena vitória - que ela discreta e silenciosamente vai guardar até ao dia da sentença. Mais uma vez, como diz o povo, quem ri no fim é quem ri melhor mas seja como for, bem podiam ter poupado a nossa democracia a estas cavalhadas.

Não vem a propósito mas não resisto a contar-te uma pequena passagem do artigo do Eduardo Prado Coelho no Público de hoje - a propósito de campanhas eleitorais e de debates entre candidatos ao evocar também o décimo aniversário da morte de François Mitterrand:
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-François Mitterrand era Presidente quando, em campanha para as novas eleições da República Francesa, estabeleceu um famoso debate com o outro candidato que era o então primeiro ministro - Jacques Chirac.

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Com alguma sobranceria, Mitterrand tratava sempre Chirac como: “Monsieur le primier- ministre”.

A certa altura Chirac explodiu e disse:” Não continue a tratar-me por senhor primeiro-ministro, aqui estamos no mesmo plano, o senhor é um candidato à Presidência da República, eu também, e é tudo. Ao que Mitterrand respondeu olhando bem nos olhos de Chirac:

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-Vous avez tout à fait raison, monsier le premier-ministre”...

A perversidade subtil é uma arma que só está ao alcance de um grande político, coisa que não temos por cá.

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