segunda-feira, outubro 01, 2007

Dr. Filipe Menezes


O Dr. Filipe Menezes

O Dr. Filipe Menezes, para surpresa de muita boa gente, ganhou, à segunda tentativa, as eleições no PSD e daqui a dois anos arrisca-se a governar o país se o seu desempenho na oposição convencer os portugueses de que irá ser melhor como 1º Ministro do que o é Sócrates.

O Partido Socialista, ou melhor, o Eng. José Sócrates, irá continuar a governar com a sua maioria absoluta e quando formos de novo a votos tivemos dois anos para tentar conhecer quem é este político que então se apresentará como alternativa ao poder se ele, entretanto, lá chegar.

No seu Cartão de Visita consta, de positivo, a gestão da Câmara de Vila Nova de Gaia com medidas que muito contribuíram para um bom desenvolvimento daquele Concelho, um dos mais populosos do país embora, também, um dos mais desequilibrados do ponto de vista financeiro e se não é aconselhável, ao nível de uma Câmara, fazer brilharetes com dinheiro que não se tem, se nos reportarmos ao país então passa a ser muito perigoso.

O Dr. Filipe Menezes é uma personalidade com tendências melodramáticas, já vi até chamarem-lhe uma figura sinistra, com uma componente emocional que, no extremo, o levou a sair de um célebre Congresso do PSD lavado em lágrimas por ter sido assobiado e pateado pelos restantes congressistas após se ter referido aos apoiantes de Durão Barroso como sendo “sulistas, elitistas e liberais”.

Noite triste, essa, que não lhe esmoreceu, contudo, a ambição de subir na política e agora aí o temos, passados vários anos, a mandar no Partido numa vingança que serve fria a todos aqueles que nessa noite o trataram tão mal.

Dizem que é um homem muito inteligente e trabalhador mas essas qualidades, sendo necessárias, não são suficientes porque não sabemos ao serviço de que projecto político se encontram nem que equipe de pessoas o vão rodear para levar à prática esse projecto.

Limitou-se a ganhar umas eleições directas, agitadas, insultuosas e controversas sem explicar quais as soluções que tem para o país nem sequer adiantando se vai manter-se ou não como Presidente da Câmara.

Ao certo, limitou-se a afirmar que o Eng. Sócrates o vai ter à perna, à porta de cada empresa que mandar trabalhadores para a rua e de cada Hospital, Maternidade ou Serviço de Urgência que fechar as portas mas isto é tão demagogo que nem dá para acreditar.

Para já, vai escolher os seus directos colaboradores na Comissão Política Nacional e um líder para a bancada parlamentar, onde ele não tem assento, e que não me parece que venha a ser Santana Lopes o qual, naturalmente, de acordo com a sua idiossincrasia, lhe iria disputar o protagonismo numa duplicação impensável de “chefes”.

Entretanto, os” barões” e “cabeças pensantes” do Partido preparam-se já para convocarem um Congresso que sirva para explicar e convencer que esta coisa de “directas” representa um perigo para a estabilidade e seriedade de um Partido que deve ser uma entidade que se orienta através do debate, em local próprio, de ideias, programas, doutrina e princípios sem ficar à mercê de soluções precipitadas de quem, aproveitando-se da impaciência gerada pela espera dos lugares do poder e da insatisfação das pessoas resultante de sacrifícios que eram inevitáveis, aproveita estrategicamente o momento para se guindar ao poder através de umas “tiradas” mais ou menos bombásticas e uns insultos descabidos e injustos pois estava-se mesmo a ver que o “Ganda Nóia” não se confundia com “ Um Pequeno Ditador”.

Mas, a sério, a credibilidade do PSD é um factor indispensável à estabilidade do país e à própria segurança dos portugueses e cada um dos dois partidos que se alternam no Poder deve assegurar aos cidadãos votantes que tem condições internas para se apresentar a eleições com o melhor que têm dentro de si e não parece ser, como já aconteceu em passado recente, o que de novo está a acontecer no PSD.

O Eng. Sócrates até pode continuar no poder nas próximas eleições legislativas mas que não seja por falta de uma solução credível, de pessoas credíveis e com um programa credível.

É isto que o país espera que aconteça, que se possa escolher e não embarcar numa solução por falta de uma outra ou ficar em casa deixando o futuro à mercê de uma minoria de pessoas.

Os cidadãos precisam da Democracia e esta precisa dos Partidos e quanto melhor estes forem melhor será a Democracia e melhor serão os cidadãos.

A política deve ser encarada como a actividade mais nobre de quantas se podem desempenhar numa sociedade.

A complexidade e dificuldade dos problemas da governação exigem a presença dos melhores e mais aptos que não se podem esconder atrás de empresas onde recebem aquilo que o Estado não pode pagar.

A falta de ambição e de disponibilidade para a política de cidadãos proeminentes pelas suas capacidades poderá vir a ser um mau negócio de que um dia um dia, eles, os seus filhos ou netos virão a sofrer as consequências.

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