quarta-feira, agosto 18, 2010


CONSIDERAÇÔES
ADICIONAIS AO

TEMA:
JESUS CRISTO
FEMINISTA?


Uma Sociedade Machista – Jesus Cristo foi filho de uma cultura extremamente machista, nascida de uma religião, o judaísmo, totalmente marcado por tradições patriarcais.

É verdade, que Jesus Cristo rompeu em palavras e atitudes com o machismo da sua religião e do seu ambiente de vidas mas a tradição cristã não foi fiel a Jesus e desde o início, e de forma crescente, a partir do século III, acomodou-se plenamente aos moldes da cultura patriarcal a que pertence a hierarquia masculina, a que estabelece a norma moral, as leis e as formas de relacionamento com deus.


As Mulheres Sempre Descriminadas – Nas leis civis e religiosas e nos costumes de Israel, a mulher era considerada inferior ao homem. As leis civis assemelhavam-nas aos escravos e a uma criança de menor idade e, tal como eles, deveriam ter um varão como dono. O seu testemunho não era válido em juízo, pois consideravam-na mentirosa. No plano religioso também era marginalizada. Não podia ler as Escrituras na sinagoga e nuca benzia a mesa. A exclusão das mulheres na vida social era muito maior nas classes altas e nos centros urbanos do que nos meios rurais. A escassa importância que se dava a uma mulher tinha a ver com a sua habilidade para os trabalhos domésticos. Era apreciada, fundamentalmente, pela sua fecundidade. Uma mulher incapaz de ter filhos não valia nada.


Não Há Testemunhas, Só Testículos – Um exemplo retirado da Bíblia sobre as tradições patriarcais machistas:

- “Põe a mão nos testículos e jura por Yahvéh (Jehovah), Deus do Céu e da terra…”

Os juramentos eram válidos colocando a mão nos testículos. Agarrando os testículos dos outros o compromisso ficava selado. Também durante o Império Romano os varões tinham por costume levar a mão direita aos genitais, símbolo da virilidade, da masculinidade e valor, quando faziam uma promessa ou estabeleciam um contrato. Os órgãos produtores de sémen conferiam seriedade à palavra dada. Claro que, como as mulheres não tinham testículos não podiam testemunhar nem dar testemunho e herdar em testamento. Na sociedade de Jesus, a mulher não contava para nada perante os tribunais.

Da cultura judaica ao idioma espanhol, todas estas palavras: “testigo” (testemunha), “testimonio” (testemunho, depoimento), “testamento” (testamento), Têm todas a mesma raiz: “testículos”, e provêm da mesma cultura patriarcal.

Durante séculos, em todos os países, as mulheres não tiveram direito à propriedade nem a herança, não assinavam, não decidiam, não elegiam, não votavam.

Tudo isto tem vindo mudar, mas com esforços, lutas, sofrimento e sangue.


O Sangue Impuro da Menstruação – No Séc. XIII os teólogos cristãos advertiam que era pecado mortal ter relações com uma mulher menstruada porque dessa relação nasceriam filhos doentes e endomoniados.

Durante toda a Idade Média foi tema de discussão teológica se as mulheres menstruadas poderiam receber a comunhão. O sangue do parto, esse, era ainda considerado mais perigoso de tal forma que as mulheres que morriam durante o parto não podiam ser enterradas em cemitério cristão porque não lhes tinha sido possível reconciliarem-se, em vida, com a igreja.


Feminismo – Uma Ética

O feminismo é um conjunto de teorias culturais e sociais, de práticas políticas e propostas éticas, motivadas pela recusa das iniquidades e injustiças derivadas da cultura patrimonial em que a humanidade viveu e, em parte, ainda vive, desde há milhares de anos durante os quais o masculino sempre foi privilegiado.

Nem todas as mulheres são feministas, nem todas as feministas são mulheres. O feminismo não é um tema, questão ou assunto de mulheres para mulheres. O feminismo é uma proposta de mudança radical para que a sociedade se desenvolva num sentido mais correcto, para que haja mais democracia, para que os direitos humanos sejam deveras respeitados.

Jesus Cristo e o seu Movimento, com a participação, lado a lado de homens e mulheres, constitui a primeira e mais importante fonte de inspiração.

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