terça-feira, outubro 12, 2010

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 65 SOB O TEMA:
OS SACERDOTES (2)




O LEGADO LAICO DE JESUS DA NAZARÉ


Converter Jesus num sacerdote e desviar a linguagem simbólica que é empregue na Carta aos Hebreus para transmitir a ideia de que os sacerdotes são “outros Cristos” é trair a mensagem de Jesus.

Jesus nunca relacionou nenhum sacerdote com o seu movimento. E mais ainda: questionou mesmo a essência do sacerdócio – que é isso de ser mediador consagrado entre Deus e os seres humanos, actuando em tempos, lugares e ritos sagrados – ao afirmar que não necessitamos de mediadores porque Deus vive dentro de nós e não em nenhum templo. Ao recusar os sacrifícios e propor o próximo como única caminho para entrar na relação com Deus e ao não respeitar o sábado como dia sagrado.

Que Jesus fora um laico e desafiara os sacerdotes e os contradisse foi determinante para o seu assassinato. Por isso, ser crítico do sacerdócio é dar continuidade a um legado laico de Jesus da Nazaré.

“A Igreja há-de ter e sempre teve os seus dirigentes mas esses dirigentes não têm nada a ver com o facto “religioso” do sacerdócio”, explica o teólogo espanhol José Inácio Gonzalez. Os sacerdotes e os bispos, tal como os conhecemos, não foram nem sequer imaginados por Jesus. Surgiram pela evolução histórica como estruturas de poder de uma Igreja oficial que estava a
nascer.

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