INFORMAÇÂO ADICIONAL
À ENTREVISTA Nº 76 SOB O TEMA:
“A EVANGELIZAÇÂO DA AMÉRICA” (5)
O Comércio de Escravos
A conquista da América pelos europeus não encontrou mão-de-obra escrava suficiente nas populações indígenas autóctones que foram dizimadas logo nos primeiros anos da invasão quer pelas armas, quer pelas epidemias e trabalhos forçados. Calcula-se que dos 70 milhões de americanos que viviam no continente, depois de século e meio após a chegada dos espanhóis apenas 3 milhões teriam sobrevivido.
A escassez da mão-de-obra está na origem, no século XVI, do comércio em grande escala de africanos para terras americanas, tanto do sul como do norte e especialmente para as ilhas do Caribe. Entre os séculos XVI e XVIII, o comércio de escravos entre África e América esteve sempre em ascensão.
De 1536 a 1848 a Ilha de Gorée, em frente da costa do Senegal, hoje declarada Património Mundial pela UNESCO, foi o local onde embarcaram milhões de africanos, homens e mulheres arrancados às suas terras e às suas famílias numa viagem sem retorno para o desconhecido e muitas vezes para a morte.
À cabeça deste negócio estiveram os governos e mercadores portugueses e da Grã-Bretanha mas também, da Espanha, França e Países - Baixos.
Todos os historiadores demonstram que esta humanidade escravizada permitiu a acumulação de riqueza que faria eclodir, mais tarde, o desenvolvimento do capitalismo europeu e a revolução industrial.
Os Negros Tampouco tinham Alma
Tal como ocorreu com os indígenas americanos, a ideologia que acompanhou o comércio de escravos foi o racismo que provocou um debate intelectual sobre se os africanos, por serem negros, teriam ou não “alma”.
Salvo honrosas excepções, as autoridades das igrejas cristãs, tanto católicas como protestantes, dos países que participaram do comércio de escravos, aceitaram-no: ou encontrando razões para o legitimar ou calando de forma cúmplice.
As cifras sobre a quantidade de escravos variam muito, chegando-se a falar de um total de pelo menos 60 milhões de pessoas arrancadas à força das suas terras e famílias. Há historiadores que calculam que uma 4ª parte deles morria no processo de captura e outros tantos durante a travessia de barco.
O filme “Amistad” de Spielberg (pessoalmente recusei-me a vê-lo pela mesma razão que não visitei a África do Sul do Apartheid, estando a trabalhar em Moçambique, ali ao lado: do ponto de vista humano sinto vergonha).
Os povos árabes mantiveram também um importante tráfego de escravos africanos através da costa oriental do continente africano desde o século VII ao XX, em proporções semelhantes ou superiores ás do tráfego organizado pelos europeus.
A partir do século XVIII começaram a crescer em todo o mundo os Movimentos Abolicionistas para ilegalizar a escravatura. Na América Latina apareceram ligados às lutas pela independência.
Os dois últimos países a abolirem a escravatura foram Cuba, (1886) ainda debaixo do domínio espanhol e o Brasil, em 1888.
A conquista da América pelos europeus não encontrou mão-de-obra escrava suficiente nas populações indígenas autóctones que foram dizimadas logo nos primeiros anos da invasão quer pelas armas, quer pelas epidemias e trabalhos forçados. Calcula-se que dos 70 milhões de americanos que viviam no continente, depois de século e meio após a chegada dos espanhóis apenas 3 milhões teriam sobrevivido.
A escassez da mão-de-obra está na origem, no século XVI, do comércio em grande escala de africanos para terras americanas, tanto do sul como do norte e especialmente para as ilhas do Caribe. Entre os séculos XVI e XVIII, o comércio de escravos entre África e América esteve sempre em ascensão.
De 1536 a 1848 a Ilha de Gorée, em frente da costa do Senegal, hoje declarada Património Mundial pela UNESCO, foi o local onde embarcaram milhões de africanos, homens e mulheres arrancados às suas terras e às suas famílias numa viagem sem retorno para o desconhecido e muitas vezes para a morte.
À cabeça deste negócio estiveram os governos e mercadores portugueses e da Grã-Bretanha mas também, da Espanha, França e Países - Baixos.
Todos os historiadores demonstram que esta humanidade escravizada permitiu a acumulação de riqueza que faria eclodir, mais tarde, o desenvolvimento do capitalismo europeu e a revolução industrial.
Os Negros Tampouco tinham Alma
Tal como ocorreu com os indígenas americanos, a ideologia que acompanhou o comércio de escravos foi o racismo que provocou um debate intelectual sobre se os africanos, por serem negros, teriam ou não “alma”.
Salvo honrosas excepções, as autoridades das igrejas cristãs, tanto católicas como protestantes, dos países que participaram do comércio de escravos, aceitaram-no: ou encontrando razões para o legitimar ou calando de forma cúmplice.
As cifras sobre a quantidade de escravos variam muito, chegando-se a falar de um total de pelo menos 60 milhões de pessoas arrancadas à força das suas terras e famílias. Há historiadores que calculam que uma 4ª parte deles morria no processo de captura e outros tantos durante a travessia de barco.
O filme “Amistad” de Spielberg (pessoalmente recusei-me a vê-lo pela mesma razão que não visitei a África do Sul do Apartheid, estando a trabalhar em Moçambique, ali ao lado: do ponto de vista humano sinto vergonha).
Os povos árabes mantiveram também um importante tráfego de escravos africanos através da costa oriental do continente africano desde o século VII ao XX, em proporções semelhantes ou superiores ás do tráfego organizado pelos europeus.
A partir do século XVIII começaram a crescer em todo o mundo os Movimentos Abolicionistas para ilegalizar a escravatura. Na América Latina apareceram ligados às lutas pela independência.
Os dois últimos países a abolirem a escravatura foram Cuba, (1886) ainda debaixo do domínio espanhol e o Brasil, em 1888.
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