sábado, março 31, 2012

FAGNER (continuação)

"Contudo é importante salientar que alguns meios de comunicação têm contribuído para diminuir essa desinformação proporcionando uma visibilidade maior as nossas manifestações, é também necessário dar-se o devido credito ao Ministério da Educação que ao realizar os Parâmetros Curriculares Nacionais incluiu o tema diversidade cultural para que os nossos jovens estudantes possam conhecer um pouco melhor o país em que vivem. São iniciativas meritórias, mas que carecem ainda de um maior esforço para serem amplamente divulgadas, mesmo porque, ainda há um grande desinteresse por parte de nossos educadores em levar o assunto para as salas de aula num profundo descaso com a formação plural do nosso estudante, que ao se distanciar dos elementos formadores de sua pátria acabam perdendo um pouco o sentido de nacionalidade, união, e o que é pior, ficam com pouca ou quase nenhuma percepção de sua identidade. É claro que não queremos aqui generalizar, nem provocar polémica, mas apenas fazer um alerta e também demonstrar a necessidade do quanto é importante nos mantermos integrados às nossas raízes num permanente esforço para que ela seja divulgada, apreciada, e também no caso da música popular, adaptada a modernidade, mas sem perder as suas características essenciais. Trata-se de revigorar a cultura tradicional e não transformá-la em objecto de consumo descartável, sem nenhuma serventia ou critério de manutenção de raiz, como se faz com o axé, o pagode, o breganejo e outros pseudos gêneros musicais que caminham no sentido inverso e perverso da descaracterização de uma cultura tradicional. Foi com o espírito preservacionista e ao mesmo tempo renovador que surgiu no inicio dos anos setenta um grupo de cantores/compositores cearenses que se propunham divulgar seu trabalho artístico inserindo-o dentro dos padrões modernos de concepção musical. Essa geração liderada por Ednardo, Belchior e Fagner iria render excelentes frutos a musica popular brasileira. Raimundo Fagner vinha se destacando como compositor e intérprete nos meios estudantis da época." (continua)

Texto de Luís Américo Lisboa Junior


FAGNER - ESPUMAS AO VENTO

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