quarta-feira, abril 18, 2012




ENTREVISTA FICCIONADA COM JESUS

CRISTO Nº 47 SOBRE O TEMA: “Existe o Purgatório?”


RAQUEL – Emissoras Latinas continuam junto das antigas muralhas de Jerusalém e, novamente, nos congratulamos com o nosso convidado especial, Jesus Cristo.

JESUS – Paz para ti, Raquel.

RAQUEL – O senhor falou do inferno e de demónios e negou veementemente sua existência.

JESUS – Assim é.

RAQUEL – No entanto, inúmeros pregadores em inúmeros sermões falaram e continuar a falar sobre estas questões.

JESUS – Parecem acreditar no diabo mais do que em Deus.

RAQUEL – Na sua última entrevista o senhor nos disse que falar do diabo tem sido um grande negócio. O que quer dizer exactamente?

JESUS – Que o diabo plantou o medo. E com medo colheu moedas.

RAQUEL - Mas alguns argumentam que esse medo serve para as pessoas se comportam bem.

JESUS - Não, o medo só serve para fazer escravos.

RAQUEL - Mas um pouco de medo não vai dar certo? O inferno talvez não, mas ... será que o purgatório?

JESUS - O que é o purgatório, Raquel?

RAQUEL - Purgatório, é aquele lugar onde nos purificamos com o fogo irmos para o céu limpos… Isto está assim na Bíblia, certo?

JESUS - Os fariseus que eu conheci faziam purificações com a água… mas o fogo não lhes ocorreu… Que eu saiba as Escrituras não dizem uma palavra sobre esse tal purgatório.

RAQUEL - E o senhor tem algo a dizer?

JESUS - Sim, Deus não é cruel para colocar num forno, qualquer de seus filhos. Por trás dessas chamas, como eu te disse, deve haver um negócio…

RAQUEL - Bem, vamos pedir a Richard Dawkins, um especialista em deuses e demónios… Está a ouvir-me bem, Dr. Dawkins?

DAWKINS - Perfeitamente, Raquel Perez. Eu vou-lhe explicar que o purgatório foi criado pela Igreja no século XIII. Como já tinham o inferno como um lugar de tormento eterno, o purgatório foi inventado como um prelúdio de tormentos passageiros. Para entrarem no céu, as almas dos mortos tinham de passar por ele.

RAQUEL - E como saíam de lá?

DAWKINS - Pagando.

RAQUEL – Pagando para quê?

DAWKINS - Para a espera não ser tão longa nem dolorosa, os papas começaram a vender "amnistias", indultos, para 100 dias, 500 dias, mil dias. O que comprava baixava as dores do purgatório…

RAQUEL - As famosas indulgências?

DAWKINS - As indulgências muito famosos. Um golpe de sorte.

JESUS - Eu não te dizia, Raquel?

DAWKINS – De seguida, começaram a vender com antecedência. Se tivesse grandes pecados, pagavas mais e podias até salvar do inferno. Se esses pecados não eram tão graves, pagavas menos e descontavasd dias ou meses de purgatório. Assim adiantavas a entrada para o céu.

RAQUEL - Como quem compra bilhetes para um jogo de futebol.

DAWKINS - Exactamente. Trezentos anos depois, o Papa Leão X, melhor organizado nos negócios, colocou um preço para cada pecado. Qualquer crime podia ser perdoado se pagassem ao Vaticano. Qualquer: estupro de meninos e meninas, incesto, assassinato, matar a mãe… Não havia pecado não fosse perdoado em troca de dinheiro.

RAQUEL - A receita devia ser enorme seria enorme, não?

DAWKINS – Incalculáveis. Com essa fortuna foi construída a basílica de São Pedro, em Roma e os palácios do Vaticano que hoje os turistas visitam deslumbrados. A venda das indulgências foi a gota que fez transbordar o copo de corrupção. Então, Martinho Lutero levantou a voz, e nasceram os protestantes. Por isto se dividiu a igreja.

RAQUEL – Muito obrigado, Dr. Richard Dawkins. Que lhe parece tudo isto, Jesus Cristo?

JESUS - É abominável o que me contas. Na verdade te digo, Raquel, que aqueles comerciantes que foram corridos a chicote do Templo, eram aprendizes ao lado destes idólatras do dinheiro.

RAQUEL - O que mais podemos acrescentar? De Jerusalém, informou Raquel Perez, das Emissoras Latinas.

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