Um herói pouco conhecido no seu Portugal de origem, açoreano de gema, da ilha Terceira e a sua história:
- Pedro Francisco, herói da Guerra da Independência dos E.U.A. Lutou ao lado de George Washington e do Marquês de Lafayette.
A sua biografia
está cercada de uma aura de lenda, sendo-lhe atribuídos feitos extraordinários. As suas
origens são relativamente obscuras. Foi encontrado em tenra idade
(presumivelmente cinco anos), numa tarde em 23 de Junho
de 1765, a chorar,
nas docas de City Point,
na Virgínia.
Quando se acalmou o suficiente para falar,
percebeu-se que não falava o inglês
e sim uma língua parecida com o Castelhano. Embora nada possuísse que o
identificasse, as suas roupas eram de boa qualidade e, na fivela do cinto, liam-se as
iniciais "P.F.".
Ele contou às
autoridades que "estava num local lindo com palmeiras, a brincar
com a sua pequena irmã, quando dois homens grandes apanharam ambos. A irmã
conseguiu libertar-se dos captores mas o menino não, e foi levado para um navio
grande que acabou por conduzí-lo a City Point.
Sobre as suas
origens, o investigador John E.
Manahan identificou que, nos registos de nascimentos da ilha Terceira, nos
Açores, existe um Pedro Francisco nascido em Porto Judeu , a 9 de Julho
de 1760.
A criança foi
acolhida pelo juiz Anthony Winston, de Buckingham
County na Virgínia, um tio de Patrick
Henry. Quando atingiu idade suficiente para trabalhar, foi instruído
como ferreiro,
devido ao seu enorme tamanho e força (ultrapassou os 1,98 metros e pesava
cerca de 120 kg ).
O escritor Samuel
Shepard, que observou o jovem no seu trabalho, registou:
"Os seus ombros são como os de uma
antiga estátua, como uma figura da imaginação de Miguel Angelo, como o seu Moisés mas não como
David. A sua queixada é longa, forte, o nariz imponente, a inclinação da testa
parcialmente ocultada pelo seu cabelo negro de aspecto desgrenhado. A sua voz
era suave, surpreendendo-me, como que se um touro ganisse."
Com os rumores de
secessão alastrando-se entre a população da Virgínia, Francisco alistou-se aos
16 anos no 10º Regimento da Virgínia. Estava presente, junto à igreja de St.
John em Richmond,
quando Patrick Henry fez o seu famoso discurso "Liberdade ou Morte".
Em Setembro de 1777,
serviu sob o comando do general George Washington em Brandywine Creek na Pensilvânia,
onde as forças dos colonos tentaram deter o avanço de 12.500 soldados
britânicos que avançavam em direcção à Filadélfia.
Não está claro se foi nesse momento que o
jovem Francisco salvou a vida a Washington, apesar de se reconhecer que o jovem
foi aqui alvejado. Alguns relatos
afirmam que ele se tornou guarda-costas pessoal do general, enquanto outros dão
conta de que ele era apenas um soldado agressivo e vigoroso, que lutou a seu
lado.
Foi Washington
quem determinou que uma espada especial, adequada ao seu tamanho, fosse
confeccionada para Francisco. Foi esta espada, com 6 pés de comprimento, que
aterrorizou os britânicos. Washington terá eventualmente se referido
posteriormente a Francisco:
- "Sem ele teríamos perdido duas batalhas cruciais,
provavelmente a guerra e, com ela, a nossa liberdade. Ele era verdadeiramente
um Exército de um Homem Só."
Posteriormente, em
1850, o historiador
Benson Lossing registou no "Pictorial Field Book of the Revolution"
que "um
bravo virginiano, deitou abaixo 11 homens de uma só vez com a sua espada. Um
dos soldados prendeu a perna de Francisco ao seu cavalo com uma baioneta. E
enquanto o atacante, assistido pelo gigante, puxava pela baioneta, com uma
força terrível, Francisco puxou da sua espada e fez uma racha até aos ombros na
cabeça do pobre coitado!"
Mais tarde,
enquanto se recuperava, Francisco tornou-se amigo de Lafayette.
Francisco sofreu
mais seis ferimentos enquanto ao serviço do seu país, tendo morto um número
incerto de britânicos e sido condecorado ao final do conflito por generais
estadunidenses que se certificaram de que ele estava presente na rendição do
general Charles Cornwallis e dos britânicos em Yorktown, a 19 de
Outubro de 1781.
Uma capa de uma
edição de 2006 da "Military
History" levantou uma questão de retórica que sugeria que ele
poderia ter sido o maior soldado da história americana. A seu respeito, Joseph
Gustaitis, na American
History Magazine, referiu:
"Um
Hércules de 6 pés
e meio de altura que empunhava um sabre de seis pés de comprimento, Peter
Francisco foi provavelmente o soldado mais extraordinário da Guerra da
Revolução Americana".
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