As Raízes da Religião (Continuação
Parte IV)
Selecção de Grupo
Exista também uma teoria
para explicar a razão de ser da religião com resultado da Selecção do Grupo.
Uma dada tribo, por exemplo,
com um “deus de batalhas” particularmente beligerante, ganha guerras contra
tribos rivais cujos deuses exortam à paz e à harmonia. Os guerreiros
possuidores de uma crença inabalável em que, se morrerem como mártires, irão
directos para o paraíso, lutam com valentia e de bom grado dão a vida.
Assim, as tribos com este
tipo de religião têm maior probabilidade de sobreviver à guerra intertribal, de
roubar o gado das tribos derrotadas e fazer das mulheres destas suas
concubinas.
Estas tribos bem sucedidas
proliferam, dando origem a novas tribos que, por sua vez se separam e
multiplicam, levando consigo sempre a adoração do mesmo deus tribal.
Eu não sou apoiante da
selecção de grupo e as objecções são de vulto. Esta teoria baseada no auto
sacrifício individual são sempre vulneráveis à subversão a partir de dentro.
Imagine-se um guerreiro egoísta num exército dominado por aspirantes a mártir,
ansiosos a morrerem pela tribo e receberem uma recompensa dos céus. Na batalha,
esse guerreiro egoísta, vai tentar ficar para trás para sobreviver mas acabará
por pertencer ao grupo vitorioso beneficiando do martírio dos camaradas de
armas.
No fim, ele teve mais
probabilidade de vir a reproduzir-se do que os camaradas mártires corajosos e
os seus genes de “recusa de martírio” passam à geração seguinte diminuindo no
futuro fazendo abortar a Teoria da Selecção de Grupo.
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