«Se na Grande Depressão de 1929
os milionários americanos se atiravam das janelas dos arranha-céus, agora são
os chineses que nos caem em cima. Na Borgonha , região de vinhos francesa, um
castelo foi comprado por um sócio de Stanley Ho, de Macau. Vários produtores
locais juntaram-se para comprar dois hectares de vinha de um château em
Gevrey-Chambertin mas Louis Ng Chi Sing, dono do macaense hotel Grand Lisboa,
propôs irrecusáveis 8 milhões de euros. Ficou sendo o segundo chinês com propriedade
na Borgonha e juntou-se aos já 20 milionários chineses que compraram marcas de
vinhos na região de Bordéus. O jornal Le Monde noticiou e convidou Denis
Saverot, diretor de La Revue
du Vin de France, a explicar o fenómeno. Saverot diz que o tal castelo vendido
produzia um vinho só razoável, o importante era o nome da aldeia vizinha,
Gevrey-Chambertin, denominação de um dos mais prestigiados bourgognes. Já em
Bordéus os chineses tinham comprado duas propriedades de vinho vulgar,
Latour-Laguens e Lafite-Chenu, mas com nomes que contêm marcas míticas, Latour
e Lafite. Como a liberal lei chinesa permite que se venda com denominações
geográficas vinhos de outra ori- gem, o especialista francês receia que venham
a aparecer no mercado demasiados "Gevrey-Chambertin",
"Latour" e "Lafite"... Isto é uma ideia à Futre, mas quem
tem terrenos baldios em Porto de Mós e Porto Salvo devia lembrar aos chineses
que a palavra mítica "Porto" está lá.» [DN]
Ferreira Fernandes
Nota - Enquanto se limitaram a ser apenas muitos, a coisa ia passando... mas agora, para além de continuarem a ser muitos, têm dinheiro como nunca tiveram e adoram aquilo que ele pode comprar...
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