Uma ilha
de Lixo
Por
Eduardo Gazola
Não sei quantos de vocês já ouviram falar disto.
O fato é lamentável. Faz tempo que quero falar a este respeito mas não tive tempo de pesqui sar para escrever
algo mais palpável sobre o assunto.
O fato é lamentável. Faz tempo que quero falar a este respeito mas não tive tempo de pes
Existe uma ilha de lixo próximo ao Japão. Esse lixo
acumulou-se ali porque as correntes marítimas ali os acumularam. Alguém atirou
ao mar uma latinha de Coca-Cola no Caribe e tempos depois essa latinha encontrou
suas “primas” lá na Pacific Vortex
como é chamada a ilha de lixo do Oceano Pacífico.
Aquela garrafinha que você atira para a rua pela janela do seu carro, é levada pela chuva às sarjetas, aos rios e finalmente ao mar; Do mar ela vai encontrar o seu caminho para juntar-se ao Pacific Vortex e assim se forma um Lixão no meio do Oceano Pacífico.
Entre o litoral da Califórnia e o Havai, uma área enorme ganhou um triste apelido: o Lixão do Pacífico. Levadas pela corrente marítima, toneladas e toneladas de sujeira, produzidas pelo homem, acumulam-se num lugar que já foi, em tempos, um paraíso.
Um oceano de plástico, uma sopa intragável, de tamanho incerto a aproximadamente1.600
qui lómetros
da costa entre a Califórnia e o Havai. 3,5 milhões de qui lómetros
quadrados, seis vezes maior do que a França, 22.000 qui lómetros
de circunferência e, segundo estimativas, maior do que a soma de São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havai e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho.
Aquela garrafinha que você atira para a rua pela janela do seu carro, é levada pela chuva às sarjetas, aos rios e finalmente ao mar; Do mar ela vai encontrar o seu caminho para juntar-se ao Pacific Vortex e assim se forma um Lixão no meio do Oceano Pacífico.
Entre o litoral da Califórnia e o Havai, uma área enorme ganhou um triste apelido: o Lixão do Pacífico. Levadas pela corrente marítima, toneladas e toneladas de sujeira, produzidas pelo homem, acumulam-se num lugar que já foi, em tempos, um paraíso.
Um oceano de plástico, uma sopa intragável, de tamanho incerto a aproximadamente
Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havai e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho.
"Foi perturbador, dia após dia não via uma única área
onde não houvesse lixo. E tão distante do continente, lembra o capitão.
Como um descobridor nos tempos das Navegações, Charles Moore, foi o primeiro a detectar a massa de lixo e baptizou o lugar de Lixão do Pacífico.
Como um descobridor nos tempos das Navegações, Charles Moore, foi o primeiro a detectar a massa de lixo e baptizou o lugar de Lixão do Pacífico.
Primeiro, viu
pedaços grandes de plástico, muitos deles transformados em casa para os
mariscos. Depois, quando aprofundou a pesqui sa,
o capitão descobriu que as águas-vivas estavam-se enrolando em nylon e
engolindo pedaços de plástico. O albatroz tinha um emaranhado de fios dentro do corpo.
"Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então, os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Pode ver-se que “eles tentaram comer um pedaço de embalagem mas não conseguiram, diz o capitão.
Com uma peneira na popa, o capitão e a sua equi pe
filtraram a sopa de plástico e fizeram medições. Já descobriram, por exemplo,
que 27% do lixo vem de sacos de supermercado. Numa análise feita com 670
peixes, encontraram quase 1.400 fragmentos de plástico.
"Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então, os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Pode ver-se que “eles tentaram comer um pedaço de embalagem mas não conseguiram, diz o capitão.
Com uma peneira na popa, o capitão e a sua e
São informações valiosas, fonte de pes
- "Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo
de vida que estamos levando, atirando tudo fora, usando tantos produtos
descartáveis, está a matar-nos. Temos que mudar, se qui sermos
sobreviver."
Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida numa praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelas equi pas de limpeza das praias, mas grande parte do
material plástico que é produzido nessa região acaba embarcando numa longa e
triste viagem pelo Oceano Pacifico.
O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar; ou vem de rios poluídos que desembocam no Oceano.
No caminho, os dejectos do continente juntam-se ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte. Diversas correntes marítimas que passam nas margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico.
Mas, uma ou outra vez, uma tempestade, um vento forte e parte do lixo viaja para fora da sopa, até uma praia distante.
Estamos numa praia linda e deserta de uma região praticamente desabitada do Havaí. Não era para ser um paraíso ecológico? Mas Kamilo Beach recebe tantos dejectos marítimos que acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pouqui nho para entender a origem de
todo o plástico que chega até a praia: uma embalagem com caracteres chineses.
Uma bóia de pescadores provavelmente vinda do Japão. Um pouco mais adiante, há
o pedaço de um tanque de plástico com ideogramas coreanos.
Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida numa praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelas e
O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar; ou vem de rios poluídos que desembocam no Oceano.
No caminho, os dejectos do continente juntam-se ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte. Diversas correntes marítimas que passam nas margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico.
Mas, uma ou outra vez, uma tempestade, um vento forte e parte do lixo viaja para fora da sopa, até uma praia distante.
Estamos numa praia linda e deserta de uma região praticamente desabitada do Havaí. Não era para ser um paraíso ecológico? Mas Kamilo Beach recebe tantos dejectos marítimos que acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pou
“O que acontece, é que as toxinas estão-se acumulando ao
longo da cadeia alimentar e os predadores do topo da cadeia, que somos nós,
estamos comendo plástico também”, alerta Suzanne Frazer.
No meio do oceano Pacífico, fica o maior lixão do mundo - são 4 milhões de toneladas de garrafas e embalagens, que foram empurradas para lá pelas correntes marítimas e formam um amontoado de 700 mil km2 (duas vezes o estado de São Paulo). Um desastre - mas que pode virar uma coisa boa. Uma empresa da Holanda quer colectar todo esse plástico e reciclá-lo para fazer uma ilha artificial, de aproximadamente 10 mil km2 (equivalente a uma cidade como Manaus) e capacidade para 500 mil habitantes.
Ela teria casas, lojas, praias, áreas de lazer e plantações - tudo apoiado numa base de plástico flutuante. Seus criadores acreditam que a ilha possa se tornar autossuficiente, produzindo a própria comida e energia. "Queremos levar o mínimo de coisas para a ilha. A principio, tudo será feito com o lixo que encontrarmos na área", diz o arquiteto Ramon Knoester. A cidade flutuante seria cortada por canais, para que as correntes oceânicas pudessem passar livremente (sem ameaçar a estabilidade da ilha).
O projecto já recebeu o apoio do governo holandês, mas não tem data para começar - ninguém sabe quanto a obra custaria, nem se é viável. "A ilha não é economicamente rentável. Nós a vemos apenas como uma maneira de limpar a poluição causada pelo ser humano", diz Knoester. Enquanto isso não acontece, toda a matéria-prima que seria usada nesse empreendimento continua boiando.
Ela teria casas, lojas, praias, áreas de lazer e plantações - tudo apoiado numa base de plástico flutuante. Seus criadores acreditam que a ilha possa se tornar autossuficiente, produzindo a própria comida e energia. "Queremos levar o mínimo de coisas para a ilha. A principio, tudo será feito com o lixo que encontrarmos na área", diz o arquiteto Ramon Knoester. A cidade flutuante seria cortada por canais, para que as correntes oceânicas pudessem passar livremente (sem ameaçar a estabilidade da ilha).
O projecto já recebeu o apoio do governo holandês, mas não tem data para começar - ninguém sabe quanto a obra custaria, nem se é viável. "A ilha não é economicamente rentável. Nós a vemos apenas como uma maneira de limpar a poluição causada pelo ser humano", diz Knoester. Enquanto isso não acontece, toda a matéria-prima que seria usada nesse empreendimento continua boiando.
PS - Que alguém explique a razão pela qual um projecto destes não tem apoio financeiro de todos os países do mundo na proporção dos respectivos PIBs? Se todos sujaram...
<< Home