segunda-feira, maio 20, 2013


Crentes ou não, religiosos ou nem por isso, a Igreja envolve-nos por força de uma herança cultural ou porque, em alguns casos, sentimos a necessidade, frágeis que somos, a uma “protecção” que ultrapasse este mundo e atinja as coisas mágicas do sobrenatural.
De qualquer modo é bom sabermos, no que à Igreja cristã diz respeito, como as coisas se passaram na realidade até porque, o seu inspirador, Jesus, foi um homem deste mundo, excepcional, coerente e de ideias muito avançadas para a sua época: um autentico revolucionário que em vez de pegar em armas pegou em palavras.

QUEM FUNDOU A IGREJA

O Reino de Deus, Não uma Igreja.

 Jesus não fundou nenhuma igreja, nem sequer utilizou alguma vez a palavra “iglésisa” (do grego “ekklesia” que significa “assembleia”). Não foi sua intenção organizar nenhuma instituição ou igreja. Liderar um Movimento colectivo de homens e mulheres que proclamavam a chegada do reino de Deus: um mundo de relações justas e equitativas, onde os pobres deixassem de ser pobres, um mundo de comunidades que incluíam as mulheres e cuidavam dos enfermos.

Anos depois da morte de Jesus, foi Paulo quem transformou o Movimento liderado por Jesus – um Movimento rural e judeu – numa religião urbana com capacidade para converter-se em universal e atrair povos muito distintos do povo de Jesus da Nazaré. Por isso, pode afirmar-se que quem proporcionou a “fundação” da igreja foi Paulo, ao organizar o Movimento de Jesus com características doutrinais e práticas que permitiram atrair os “gentios” que habitavam o vasto império Romano.





Comunidades “Cristãs”, “Igreja Católica”

Nos primeiros tempos, as pequenas comunidades inspiradas no Movimento liderado por Jesus chamavam-se a si mesmas “Os do Caminho”. Só depois, na igreja de Antioquia, hoje Síria, se começaram a chamar “cristãos”. No princípio do Sec. II, também na Antioquia, estabeleceram-se os três graus da hierarquia dentro das comunidades: bispos, presbíteros (sacerdotes) e diáconos.



Quando o cristianismo se converteu em religião oficial do império Romano (Séc. IV) a palavra igreja começou a empregar-se tanto para designar a comunidade dos seguidores de Jesus como os locais onde se reuniam.


É também por este tempo que se oficializa o latim como língua oficial da liturgia, da teologia e das nascentes leis da Igreja. Até então era o grego que predominava nos ritos cristãos, Aida que, as comunidades de Jerusalém e da Galileia falassem em aramaico, a mesma língua que falou Jesus. O predomínio do latim foi uma das três ferramentas que contribuiu para que a igreja de Roma se impusesse às demais igrejas.

A expressão “Igreja Católica” foi empregue pela primeira vez por Ignácio, bispo de Antioquia, no Séc. I, mas não a usou para lhe dar primazia a alguma das igrejas e muito menos à de Roma. Empregou-a dando-lhe um significado “a totalidade da igreja” referindo-se a todas as comunidades que já existiam e à unidade de todas elas.


Se Jesus Cristo não fundou a igreja, quem a fundou?

– O Imperador Constantino no Sec. IV, ano de 325. Fundou-a na sua casa, uma residência em Nicéia, a Leste de Constantinopla, actual cidade de Inzik, na província da Anatólia, nome que se dá à antiga Ásia Menor, hoje Turquia.


Na realidade, Constantino actuou do seguinte modo:


- Depois da morte de Jesus , nasceram algumas comunidades. Jesus tinha dito que o mundo ia acabar brevemente e muitos seguidores seus, os que tinham, venderam tudo e repartiram pelos pobres e ficaram à espera. Compartilhavam tudo, tinham um só coração e uma só alma. Era esta a forma como eles entendiam o reino de Deus.





Mas como o Senhor se atrasava na sua previsão e o mundo não acabava houve que organizar a vida… uma história comprida. A comunidade de Jerusalém desapareceu quando Roma queimou o Templo mas, entretanto, o cristianismo ia-se espalhando pelo Império Romano, esse Império que perseguiu os cristãos.



Entretanto, o Império Romano debilitava-se e q
uando Constantino tomou conta do poder, ainda ele não era cristão, inventou que havia visto no céu o sinal da cruz e que tinha conquistado o trono graças a Jesus e que, portanto, também ele queria converter-se ao 
cristianismo.


Constantino era um camaleão. Deu-se conta que o poder de Roma se desfazia e que necessitava de uma ideologia para o manter e, para isso, servia-lhe perfeitamente a religião cristã que alastrava já por todo o império.




Então, ele fez u
m pacto. Chamou os principais bispos e disse-lhes:


- Se vocês me obedecerem ninguém vos perseguirá. Declarem que os assassinos de Jesus foram os judeus e não os romanos e eu declararei o cristianismo como religião oficial.





Na sua própria conveniência, Constantino alterou a realidade histórica transferindo para os judeus o odioso da morte de Jesus e ao longo dos séculos eles têm carregado essa injustiça pela qual têm sido vítimas, perseguidos até à morte como aconteceu na última Grande Guerra sacrificados pelos nazis.

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