sexta-feira, junho 21, 2013

O Ataque
As Tropas de 
Assalto
(Operação de Resgate Entebbe) continuação




As tropas que realizariam a acção em terra estavam divididas em cinco grupos de assalto:
  • Grupo de Assalto 1: se encarregaria da segurança da pista e dos aviões (era formado por 33 médicos que também eram soldados)
  • Grupo de Assalto 2: tomar o edifício do antigo terminal e libertar os reféns;
  • Grupo de Assalto 3: tomar o edifício do novo terminal;
  • Grupo de Assalto 4: impedir a ação das unidades blindadas de Idi Amin (estacionadas em Kampala, a 37 km de distância) e destruir os aviões de combate ugandenses MiG 17 e MiG 21 estacionados no aeroporto, para impedir uma possível perseguição. Este grupo também iria cobrir a estrada de acesso ao aeroporto, pois sabia-se que o Exército ugandês tinha tanques T-54 soviéticos e carros blindados OT-64 tchecos para transporte de tropas estacionados na capital.
  • Grupo de Assalto 5: evacuar os reféns, conduzindo-os para o C-130 Hercules que estaria à espera e seria reabastecido no local ou em Nairóbi, no vizinho Quénia - um dos poucos países africanos amigos de Israel.
Na medida do possível, tudo foi feito para eliminar os riscos. Sabia-se, por exemplo, que Amin uma vez chegara a Entebbe num Mercedes preto escoltado por um Land Rover, e veículos como esses foram embarcados no Hércules que iria à frente, com o objectivo de confundir os ugandenses nos vitais primeiros minutos. Na madrugada do dia 3 de Julho, sábado, Motta Gur telefona para Peres e o informa que os homens estão preparados e que a operação pode ser executada.

Início da Operação

De facto, o elemento surpresa foi provavelmente o maior trunfo que Israel possuía. De acordo com Shomron: "Têm mais de 100 pessoas sentadas no chão numa sala pequena, rodeadas por terroristas com o dedo no gatilho. Poderiam disparar numa fracção de segundos. Nós tínhamos de voar durante sete horas, aterrar em segurança, conduzir até à área do terminal onde os reféns eram mantidos, entrar e eliminar todos os terroristas antes que algum deles pudesse abrir fogo."Na realidade, ninguém esperar que os israelitas tomassem tantos riscos era precisamente a razão que os levaria até eles.
No Aeroporto Internacional Ben Gurion, os aviões começaram a levantar vôo a partir das 13h20 do dia 3 de Julho, porém, tomaram direcções diferentes, a fim de não chamarem a atenção da população e da imprensa. Saliente-se que, até esse momento, a missão de resgate ainda não havia sido formalmente aprovada pelo gabinete israelita. A partida dos aviões fora autorizada pessoalmente por Rabin, senão não haveria tempo hábil para sua execução.
Enquanto os ministros se reúnem para analisar as possíveis alternativas para a situação, incluindo a possibilidade de o país atender às exigências dos terroristas, os aviões aterravam em Sharm el Sheikh, na região do deserto do Sinai, para abastecer e partem novamente rumo a Uganda, voando em direcção ao sul, a baixa altitude sobre o Mar Vermelho para não serem detectados por sistemas de radares. Foi a partir daí que o plano foi revelado ao Conselho de Ministros, que autorizaram que a operação continuasse.
O primeiro ponto fundamental do plano era aterrar o primeiro Hércules imediatamente atrás do avião de carga inglês que estava sendo esperado em terra, pois este não apenas absorveria a atenção dos operadores de radar ugandenses como também encobriria o ruído feito pêlos aviões israelitas. A precisão tinha de ser absoluta - e foi.
Sete horas depois da descolagem, a força israelita aproximava-se de Entebbe, num céu carregado de chuva, sempre na escuta do comandante inglês, que recebia as instruções da torre de controle. O C-130 Hercules de Shomron colocou-se exactamente atrás do cargueiro.
O Hércules líder levava a força de resgate, chefiada pelo Tenente-Coronel Yoni. Também levava dois jipes e o agora famoso Mercedes preto, uma cópia perfeita do carro pessoal do ditador Idi Amin Dada. Dois C-130 Hercules adicionais levavam reforços e tropas destinadas a executar missões especiais, tais como destruir os MiGs estacionados nas proximidades. Um quarto C-130 Hercules foi enviado para evacuar os reféns.
O grupo aéreo também incluía dois Boeing 707. Um funcionava como posto de comando. O outro, equipado como um hospital aéreo, aterrou em Nairobi, no vizinho Quénia. Os C-130 Hercules foram escoltados por um F-4 Phantom II até onde foi possível - cerca de um terço da distância. Circundando uma tempestade sobre o Lago Vitória, os C-130 Hercules aproximaram-se do final de um vôo de 7 horas e 40 minutos. Porém, esperava-os uma surpresa: as luzes da pista estavam ligadas! Mesmo assim, aterraram sem serem detectados às 23h01 (hora local), apenas um minuto depois da hora prevista.
(continua)

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