segunda-feira, novembro 04, 2013


Um Mundo 

Violento





A violência no mundo, para além de algumas disputas sem importância entre caçadores no tempo do Paleolítico, começou a sério no Neolítico quando o homem se iniciou progressivamente na agricultura, apropriando-se da terra e criando excedentes… 

A partir daqui apareceram os exércitos para a conquista e posterior defesa dessas terras e desses excedentes, em sociedades cada vez mais complexas e hierarquizadas que acabaram em Impérios.

Desses Impérios, o Romano foi o mais duradouro e extenso, com uma área de 6,5 milhões quilómetros quadrados no seu período áureo, ao tempo do Imperador Trajano -  (depois do seu desmembramento originou 45 países) -  com a cidade de Roma a comandar esse mundo durante 5 séculos.

A sua herança para os povos que estiveram sob o seu domínio foi enorme, especialmente na Europa, desde aspectos tão importantes como o Direito, a Língua – lembram-se dos étimos latinos das palavras, agora deitados às ortigas com o Acordo Luso- Brasileiro -  os traçados das estradas, as obras  públicas de engenharia/ monumentais, até à bitola das linhas de caminho de ferro -  igual à diferença entre os eixos de uma carroça romana.

Mas foi a extraordinária eficácia da sua máquina de guerra que a tornou invencível. Com ela foi possível não só a conquista como o domínio dos povos conquistados aos quais era concedida autonomia política desde que pagassem impostos e não contestassem o poder de Roma.

Jesus nasceu e viveu precisamente num país ocupado militarmente pelo Império Romano, o mais poderoso do mundo então conhecido.

 Cerca de 70 anos antes de Jesus nascer, o seu país, a Palestina, foi transformado em mais uma das províncias, colónias de Roma, nas margens do Mar Mediterrâneo. Isso significava: os governos dependentes, ocupação do território pelas tropas romanas e exploração de pessoas, através da cobrança de impostos elevados.

Nos tempos de Jesus, as tropas romanas mantinham a ordem e a "paz" na Galileia e fizeram isso com a arrogância típica dos exércitos de ocupação em todos os tempos que se sentem donos das vidas e do bens da população submetida.

Com essa prepotência eram frequentes violações, pilhagens dos bens dos camponeses e repressão daqueles que se opunham.

 O Espírito dos Macabeus

Os irmãos Macabeus, heróis da resistência judaica contra a dominação grega da Palestina, viveram cerca de 160 anos antes de Jesus tendo organizado uma luta de guerrilha que lhe permitiram obter vitórias importantes contra o poderoso império Helénico. Na memória do povo eram um símbolo de patriotismo, coragem e liberdade
Herdeiro da tradição dos Macabeus, Judas, o Galileu, foi o fundador do movimento zelote que dividiu o grupo dos fariseus. A morte de Herodes, o Grande, após um reinado tirânico de 40 anos, foi um momento crítico na Palestina, dominada pelo Império Romano.
 Naqueles anos, apareceram na Galileia - à margem da lei e da ordem dominante que imperava no sul, em Jerusalém - os movimentos insurreccionais armados que estavam profundamente enraizadas entre os povos e que inspirou o movimento de Zealot, de origem rural.
Nos anos a seguir ao nascimento de Jesus, Judas, o Galileu, organizou uma oposição ao censo ordenado por Roma. Depois, durante a juventude de Jesus, protagonizou uma grande revolta contra o poder romano. Conquistada a cidade de Séforis, a apenas quatro quilómetros de Nazaré, que era então a capital da Galileia e do principal centro comercial de têxteis no país.
Aqui, fortaleceu-se um grande grupo de guerrilheiros. Quintilio Varo, Delegado romano da Síria, esmagou de forma sangrenta esta revolta. Séforis foi reduzida a cinzas, e centenas de zelotes foram crucificados na cidade. Herodes Antipas reconstruiu-a anos mais tarde.

Para o Movimento zelota, o golpe foi duro e levou vários anos para se reorganizar. Embora estes acontecimentos não estejam referidos nos Evangelhos, em que nem mesmo o nome da cidade de Séforis aparece, tudo isto teria que ser do conhecimento de Jesus dada a proximidade entre Séforis e Nazaré e não poderia deixar de influenciar o seu pensamento de revolta ao domínio opressor e injusto dos romanos.

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