Um Mundo
Violento
A violência no
mundo, para além de algumas disputas sem importância entre caçadores no tempo do Paleolítico,
começou a sério no Neolítico quando o homem se iniciou progressivamente na agricultura,
apropriando-se da terra e criando excedentes…
A partir daqui
apareceram os exércitos para a conqui sta e posterior defesa dessas terras e desses excedentes, em sociedades cada vez mais complexas e
hierarqui zadas que acabaram em Impérios.
A partir da
Desses Impérios, o
Romano foi o mais duradouro e extenso, com uma área de 6,5 milhões qui lómetros quadrados no seu período áureo, ao tempo
do Imperador Trajano - (depois do seu desmembramento originou 45 países) - com a
cidade de Roma a comandar esse mundo durante 5 séculos.
A sua herança para os
povos que estiveram sob o seu domínio foi enorme, especialmente na Europa, desde
aspectos tão importantes como o Direito, a Língua – lembram-se dos étimos
latinos das palavras, agora deitados às ortigas com o Acordo Luso- Brasileiro -
os traçados das estradas, as obras públicas de engenharia/ monumentais, até à
bitola das linhas de caminho de ferro - igual à diferença entre os eixos de uma
carroça romana.
Mas foi a extraordinária
eficácia da sua máqui na de guerra
que a tornou invencível. Com ela foi possível não só a conqui sta como o domínio dos povos conqui stados aos quais era concedida autonomia política
desde que pagassem impostos e não contestassem o poder de Roma.
Jesus nasceu e viveu
precisamente num país ocupado militarmente pelo Império Romano, o mais poderoso
do mundo então conhecido.
Cerca de 70 anos antes de Jesus nascer, o seu
país, a Palestina, foi transformado em mais uma das províncias, colónias de
Roma, nas margens do Mar Mediterrâneo. Isso significava: os governos
dependentes, ocupação do território pelas tropas romanas e exploração de
pessoas, através da cobrança de impostos elevados.
Nos tempos de Jesus,
as tropas romanas mantinham a ordem e a "paz" na Galileia e fizeram
isso com a arrogância típica dos exércitos de ocupação em todos os tempos que se sentem donos das
vidas e do bens da população submetida.
Com essa prepotência
eram frequentes violações, pilhagens dos bens dos camponeses e repressão
daqueles que se opunham.
O Espírito dos Macabeus
Os irmãos Macabeus, heróis da resistência
judaica contra a dominação grega da Palestina, viveram cerca de 160 anos antes
de Jesus tendo organizado uma luta de guerrilha que lhe permitiram obter
vitórias importantes contra o poderoso império Helénico. Na memória do povo
eram um símbolo de patriotismo, coragem e liberdade
Herdeiro da tradição dos Macabeus, Judas, o
Galileu, foi o fundador do movimento zelote que dividiu o grupo dos fariseus. A
morte de Herodes, o Grande, após um reinado tirânico de 40 anos, foi um momento
crítico na Palestina, dominada pelo Império Romano.
Naqueles
anos, apareceram na Galileia - à margem da lei e da ordem dominante que
imperava no sul, em Jerusalém - os movimentos insurreccionais armados que
estavam profundamente enraizadas entre os povos e que inspirou o movimento de
Zealot, de origem rural.
Nos anos a seguir ao nascimento de Jesus,
Judas, o Galileu, organizou uma oposição ao censo ordenado por Roma. Depois,
durante a juventude de Jesus, protagonizou uma grande revolta contra o poder
romano. Conqui stada a cidade de
Séforis, a apenas quatro qui lómetros
de Nazaré, que era então a capital da Galileia e do principal centro comercial
de têxteis no país.
Aqui ,
fortaleceu-se um grande grupo de guerrilheiros. Quintilio Varo, Delegado romano
da Síria, esmagou de forma sangrenta esta revolta. Séforis foi reduzida a
cinzas, e centenas de zelotes foram crucificados na cidade. Herodes Antipas
reconstruiu-a anos mais tarde.
Para o Movimento zelota, o golpe foi duro e
levou vários anos para se reorganizar. Embora estes acontecimentos não estejam
referidos nos Evangelhos, em que nem mesmo o nome da cidade de Séforis aparece,
tudo isto teria que ser do conhecimento de Jesus dada a proximidade entre
Séforis e Nazaré e não poderia deixar de influenciar o seu pensamento de
revolta ao domínio opressor e injusto dos romanos.
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