Ucrânia, ali, bem encostadinha à Rússia |
A Ucrânia
Se os povos pudessem livremente escolher os seus
destinos, decidir ao encontro do que lhes vai na alma, eu julgo que a Ucrânia
optaria por se libertar da influência da Rússia e do Sr. Putin, não obstante os
laços criados ao longo dos anos com a União Soviética.
Mas, infelizmente, a margem para poder escolher em
liberdade não existe e, no caso concreto da Ucrânia a alternativa era entre o “vento”
e a “tempestade”, ainda que o vento fosse de democracia e liberdade.
Todos os povos europeus têm aspirações ao consumo e ao
bem-estar, talvez mais que quaisquer outros. Após o fim da última grande guerra
abriu-se um período de franco desenvolvimento em que os progressos na qualidade
de vida das pessoas, sob todos os aspectos, foram notáveis e de tal forma
evidentes que nem vale a pena referi-los.
A esses progressos e a essa melhoria na qualidade de
vida não tiveram acesso os países que viveram esse período sob o regime
comunista e a que agora aspiram porque com a queda do muro de Berlim e do império
soviético o panorama político na Europa é outro. Deixou de haver a ameaça da
invasão dos tanques soviéticos de que muitos ainda se lembram.
Mas há outra espécie de “tanques” que, de maneira
diferente, condicionam de forma invisível e sem a espectacularidade das
lagartas dos tanques de guerra desfilando pelas ruas das cidades perante os
olhares de medo das pessoas, e que se desenrolam no silêncio dos gabinetes
longe da vista do povo.
Kiev, capital da Ucrânia. queria até final de 2013 6.000
milhões de euros, frescos, sem contrapartidas mas a União Europeia só foi aos
1.500 milhões e com reformas orçamentais muito duras, critérios de transparência
e a libertação de Júlia Timoshenko.
Transparência? A troco de umas migalhas?...
A nomenclatura do Presidente Ianukovych deve ter
solto uma gargalhada… só podia seu uma piada!
A Rússia chegou aos 15.000 milhões, 33% de desconto no
preço do gás e quanto a essa “coisa” de imposições democráticas, tal como
transparência, não era propriamente o forte do Sr. Putin.
Mudam-se os tempos, mudam-se as armas…
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