quinta-feira, março 13, 2014

D. José Policarpo
D. JOSÉ POLICARPO





Faleceu D. José Policarpo, o bispo emérito do clero português que poderia ter sido Papa... Neste aspecto, o facto de ser um incorrigível viciado nos cigarros não deve ter ajudado nada e, provavelmente, também lhe encurtaram a vida que ele deixou aos 78 anos.

Quando proferiu as declarações que estão no vídeo abaixo, em 2009, eu tomei o seu partido contra um amigo meu, velho colega dos estudos e da guerra, que entendeu que D. Policarpo estaria a descriminar os seguidores de Maomé.

No entanto, achei que elas eram de um enorme bom senso embora, vindo de quem vinham, não eram politicamente correctas. Talvez por isso ainda mais as tenha apreciado.

Lembro, na data, de uma senhora que ficou muito escandalizada porque era casada com um maometano e se dizia felicíssima... Ela não esclareceu que vivia em Portugal numa sociedade que era a sua, no meio dos seus compatriotas, com a mesma língua, a mesma cultura e, provavelmente, rodeada dos seus parentes ou seja, estava duplamente em casa.

D. José Policarpo quando manifestou as suas reservas: -  "cuidado com os amores..." - disse ele -  estava a admitir a hipótese, completamente plausível, de um dia a esposa ir para a terra do marido e ter que se sujeitar ao estatuto de subalternidade próprio das mulheres nas sociedades islâmicas e de que eles não abrem mão.

Há aqui questões religiosas e culturais que representam grandes diferenças no modo de viver e para as quais D. José estava a alertar, respondendo a uma pergunta que lhe foi feita no contexto de uma entrevista, mais como um pai do que propriamente como alto dignitário da Igreja Católica.

Como sabem, não sou crente e muito menos religioso pelo que, nesta intervenção de D. José, estive com ele apenas como homem, pai ou avô quando seria de esperar que ele abandonasse esse tipo de preocupações a favor da solidariedade entre as religiões, o tal ecumenismo agora tão em voga.

Apreciei e valorizei a sua sinceridade mas agora, como se tratou de uma posição politicamente menos correcta e ainda o seu corpo não arrefeceu dentro do caixão, já os seus acólitos lhe apontam esta passagem como um aspecto menos feliz da sua vida eclesiástica.

Desde aí que passei a nutrir por D. José Policarpo um especial apreço agora ainda maior quando soube que ele também era do Sporting. Esta afinidade clubística aproxima as pessoas, como é sabido de todos. 

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