quarta-feira, abril 23, 2014

O desbaste que a guerra dos Cem Anos fez no território da França .
UMA LIÇÃO

DE 

HISTÓRIA

(Por Bernardo Mariano)














1.    Viragem do Século XIV para o Século XV
(continuação II)


Nesse final do século XIV, os Otomanos conquistaram Tessalónica (1387) e vencem as batalhas do Kosovo (1389) e Nicopolis (1396), assegurando o controle sobre o Sudoeste da Europa até praticamente à fronteira do Danúbio.

A operação militar europeia que culmina na derrota cristã em Nicopolis é usualmente chamada de última cruzada da Idade Média.

No Ocidente europeu, um outro conflito parece eternizar-se: ficará a ser chamado de Guerra dos Cem Anos, embora tenha durado mais dezasseis para além do século, precisamente entre 1337 e 1453, se bem que com períodos de tréguas.

Este conflito envolveu primeiramente a Inglaterra e a França e prendia-se com as pretensões inglesas ao trono francês, por via de sucessivos matrimónios com princesas francesas.

A verdade é que a Inglaterra, graças a estes, chegou a assenhorear-se de larga porção da França actual, nomeadamente a costa setentrional e a região sudoeste (Gasconha e Aquitânia), ameaçando na prática estrangular o Estado real francês dos Capetos, o qual, para além da presença inglesa em solo gaulês, sofria a oposição de poderosos senhores feudais históricos, os quais, em nome dos seus interesses, não hesitavam em aliar-se aos ingleses, para enfraquecer os reis de França e aumentar os seus territórios – é o caso da Borgonha.

Mas este conflito acabou por envolver indirectamente todo o Ocidente europeu, incluindo o Império Romano- Germânico e os vários reinos ibéricos, incluindo Portugal (aqui, sensível, sobretudo ao longo do errático reinado de D. Fernando).

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