quinta-feira, junho 19, 2014

O drama da imigração clandestina
A Emigração

na Europa


 Lá vai o tempo em que a imigração significava mão-de-obra fresca e barata e uma injecção de dinheiro para os sistemas de pensões e, como o debate sereno não se tem feito, abriu-se o caminho para as correntes eurófobas, xenófobas, bem ao gosto de discursos simples de formações de extrema-direita no sentido de que a imigração é excessiva e ameaça o bem-estar europeu.

Os estados membros da União Europeia comprometeram-se a só apresentarem propostas sobre o acolhimento de migrantes e direito de asilo a partir de 25 de Maio o que dá a impressão que quem governa tem medo da reacção dos eleitores.

Como os grandes partidos não dispõem de estratégias sólidas em matéria de imigração e os governos também não, está aberto o caminho para afirmações que se baseiam em mitos sem que apareça uma solução ao nível da Comissão Europeia para gerir os fluxos migratórios.

Os países do Sul, os que têm fronteiras comunitárias, Itália, Espanha, Grécia queixam-se que gastam mais dinheiro a vigiar as costas, enquanto os países do Norte, Alemanha, Suécia, Bélgica e outros países contrapõem que, se é verdade que eles entram pelas fronteira dos países do Sul, é nos países do Norte que concentram os pedidos de asilo.

Veja-se, por exemplo, o caso dos sírios que arriscam a vida para passar a fronteira, mais de dois terços apresentaram os seus pedidos na Suécia, Alemanha e Bélgica.

A União Europeia para tornar estes processos mais homogéneos estabeleceu o ano passado um novo regulamento que obrigava a que todos os imigrantes que chegassem a um país pedissem logo aí asilo político o que nada alterou porque depois de pedirem esse asilo político deslocavam-se para outros estados que eles consideravam mais favoráveis.

Por esta razão os países do Norte e do Sul no Conselho Europeu desconversam sobre este assunto.

Para estabelecer ainda maior confusão o Executivo Comunitário, não obstante a actual situação, considera a Europa ainda vai precisar de mais imigrantes a médio e a longo prazo e que são necessárias políticas para facilitar esses fluxos.

Para evitar esse espectáculo trágico de imigrantes que se lançam ao mar, Bruxelas preconiza que se potencializem as vias legais e a Comissária Europeia, uma sueca, defende que essas formas legais façam parte de um Acordo mais amplo com os países de origem dos imigrantes, o que causou espanto nos Estados-Membros que consideram este assunto tabu e a Comissão prefere não lhes fazer frente.

Os governantes preparam medidas agora para este mês mas. ao que parece, pouco ambiciosas.   

Esta questão é extremamente complexa e de dífícil solução. Há especialista que a relacionam com os períodos de exploração nas colónias como se os imigrantes vindos desses países estivessem agora cobrando por ela.
Na visão de outros estudiosos, esta temática não terá fim enquanto existir tanta disparidade entre países centrais e periféricos, pois as pessoas destes últimos sempre vão querer migrar em busca de sua sobrevivência ou simplesmente de melhores condições de vida.

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