O drama da imigração clandestina |
A Emigração
na Europa
Lá vai o tempo em que a imigração
significava mão-de-obra fresca e barata e uma injecção de dinheiro para os
sistemas de pensões e, como o debate sereno não se tem feito, abriu-se o
caminho para as correntes eurófobas, xenófobas, bem ao gosto de discursos
simples de formações de extrema-direita no sentido de que a imigração é
excessiva e ameaça o bem-estar europeu.
Os estados membros da União Europeia
comprometeram-se a só apresentarem propostas sobre o acolhimento de migrantes e
direito de asilo a partir de 25 de Maio o que dá a impressão que quem governa
tem medo da reacção dos eleitores.
Como os grandes partidos não dispõem de
estratégias sólidas em matéria de imigração e os governos também não, está
aberto o caminho para afirmações que se baseiam em mitos sem que apareça uma
solução ao nível da Comissão Europeia para gerir os fluxos migratórios.
Os países do Sul, os que têm fronteiras
comunitárias, Itália, Espanha, Grécia queixam-se que gastam mais dinheiro a
vigiar as costas, enquanto os países do Norte, Alemanha, Suécia, Bélgica e
outros países contrapõem que, se é verdade que eles entram pelas fronteira dos
países do Sul, é nos países do Norte que concentram os pedidos de asilo.
Veja-se, por exemplo, o caso dos sírios
que arriscam a vida para passar a fronteira, mais de dois terços apresentaram os
seus pedidos na Suécia, Alemanha e Bélgica.
A União Europeia para tornar estes
processos mais homogéneos estabeleceu o ano passado um novo regulamento que
obrigava a que todos os imigrantes que chegassem a um país pedissem logo aí
asilo político o que nada alterou porque depois de pedirem esse asilo político
deslocavam-se para outros estados que eles consideravam mais favoráveis.
Por esta razão os países do Norte e do
Sul no Conselho Europeu desconversam sobre este assunto.
Para estabelecer ainda maior confusão o
Executivo Comunitário, não obstante a actual situação, considera a Europa ainda
vai precisar de mais imigrantes a médio e a longo prazo e que são necessárias
políticas para facilitar esses fluxos.
Para evitar esse espectáculo trágico de
imigrantes que se lançam ao mar, Bruxelas preconiza que se potencializem as
vias legais e a Comissária Europeia, uma sueca, defende que essas formas legais
façam parte de um Acordo mais amplo com os países de origem dos imigrantes, o
que causou espanto nos Estados-Membros que consideram este assunto tabu e a
Comissão prefere não lhes fazer frente.
Os governantes preparam medidas agora
para este mês mas. ao que parece, pouco ambiciosas.
Esta questão é extremamente complexa e de dífícil solução. Há especialista que a relacionam com os períodos de exploração nas colónias como se os imigrantes vindos desses países estivessem agora cobrando por ela.
Na visão de outros estudiosos, esta temática não terá fim enquanto existir tanta disparidade entre países centrais e periféricos, pois as pessoas destes últimos sempre vão querer migrar em busca de sua sobrevivência ou simplesmente de melhores condições de vida.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home