sexta-feira, setembro 26, 2014

Dilma Rousseff
Dilma Rousseff

e

Marina Silva


Marina Silva












A personalidade da candidata ao poder no Brasil, Marina Silva, é sedutora e embora tenha subido ao primeiro plano no confronto com Dilma Rousseff pela morte intempestiva e trágica de Eduardo Campos, não impediu que em pouco tempo ela lhe disputasse, em termos de sondagens, a vitória num taco-a-taco para as próximas eleições legislativas.

A sua figura aparentemente frágil e delicada, o seu passado heróico de sobrevivência no ambiente difícil da selva amazónica como seringueira, tornou-a figura de uma história de aventuras, infelizmente igual à de tantos compatriotas seus que não subiram como ela ao topo da sociedade brasileira, num prodígio espectacular de capacidades em que até a doença teve que vencer.

A sua imagem abraçada a uma árvore para a defender das moto-serras assassinas granjeou-lhe uma onda de simpatia no Brasil e em todo o mundo por parte de todos aqueles que são amantes da natureza e sabem da importância da preservação daquela área imensa e única que é a floresta amazónica.

Reconheço que tudo junto me cativou e na qualidade de português que nada tem de se meter nas escolhas políticas em democracia dos meus amigos brasileiros (falam a minha língua), atrevi-me a publicar aqui, no Memórias Futuras, no passado dia 16, um texto com o título “Abraçar uma Árvore” em que expressava a minha simpatia/preferência por Marina Silva.

Mas para mim, então, a história não estava toda contada:

 - Marina foi criada no catolicismo e em 1997, estava doente e consultou um médico que, durante a conversa, a colocou em ligação com o pastor André Salles à época da Assembleia de Deus por achar que o caso de Dilma estava fora do âmbito da medicina.

Em contacto com o pastor, Marina afirmou-lhe que tinha o dom de revelação do Espírito Santo.

Desde então, ela que quase se tornou freira e converte-se ao cristianismo evangélico embora, sempre que fala da sua fé, ela tenha o cuidado de assegurar que as suas ideias sobre política são pautadas por interesses políticos e não religiosos.

O reverendo Caio Fábio veio em seu apoio e com base numa relação antiga de amizade com Marina, ele assegurou numa entrevista à Folha, que “ela não possui nenhum resquício de fanatismo. São dogmas pessoais. A fala dela é de bom senso.”

No entanto, o Reverendo Caio Fábio, admitindo um risco implícito, por ironia, “recusa a ideia de que o Brasil se possa transformar num Irão, um califado evangélico, ou um país de talibãs evangélicos. Isso é idiotice, loucura, insanidade” adiantou o líder do Movimento Caminho da Graça.

Um cidadão de um país qualquer civilizado, concretamente o Brasil, se tem por onde escolher numa eleição Presidencial, não pode deixar de levar em linha de conta o risco destas vocações religiosas.

Seria completamente errado e injusto comparar Marina Silva com aquela “cabecinha oca” da Sarah Palin, candidata à Vice-Presidência dos E.U.A. que quando perguntada respondeu que a América fez a guerra ao Iraque porque “Deus quis”...

Em contraponto, numa entrevista, Marina ressaltou que o Supremo Tribunal assegurou aos homossexuais o direito à união civil e que respeita a autoridade da Justiça.

“Num estado laico devem ser respeitados todos os brasileiros, nos seus direitos públicos e privados. Essa uma conquista da sociedade brasileira e que qualquer governante deve defender” – afirmou ela... o que é sempre bom de ouvir.

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