quarta-feira, outubro 01, 2014

Sporting - 0 Chelsea - 1











O cumprimento elogioso de José Mourinho a Patrício, ontem, no fim do jogo em Alvalade não foi nada que me tivesse surpreendido.

Mourinho estava feliz porque tinha ganho sem humilhar o adversário apenas devido à exibição memorável de Patrício que se tivesse sido feita ao serviço da Selecção Nacional no Brasil, para o campeonato do Mundo, o tê-lo-ia levado logo para outras paragens...

Acompanho a carreira de José Mourinho pelos vários clubes europeus por onde tem feito história e não perco um jogo do Chelsea na Liga Inglesa.

Por esta razão, ontem, sentei-me no meu sofá, descontraído, pronto para ver o meu clube perder com um adversário que era a todos os títulos superior.

Todos os comentadores disseram o que é indiscutível, incontroverso: o Sporting não tem jogadores em quantidade e qualidade para se equiparar à maioria das equipas europeias onde se inclui, em lugar de evidência, o Chelsea.

Não havia, portanto, razão para alimentar qualquer espécie de nervosismo. Há limites para o factor sorte e, embora sendo um jogo, o futebol não é propriamente o euromilhões...

O Chelsea tem cada lugar da sua equipa preenchido por um dos melhores jogadores do mundo nessas posições e um treinador com historial em que os jogadores acreditam e alguns amam.

Pelo contrário, o Sporting tem um treinador, que se portou muito bem, mas que "ontem" treinava o Estoril e jogadores, nem todos, que não têm sequer níveis de qualidade para jogarem na equipa principal mas, estas coisas dos jogos de futebol, por vezes, têm histórias... e as defesas imperiais do guarda redes Patrício inspiraram a equipa na 2ª parte, jogadores e treinador, para uma exibição de grande mérito quando se esperava o seu completo afundamento.

Perdeu, é verdade, mas foi justamente aplaudida no final pelos seus adeptos, no estádio e por mim no sofá, em minha casa, porque sem facciosismos que não levam a lado nenhum, no futebol e em tudo, sabíamos bem todos da enorme supremacia da equipa inglesa.

A minha equipa não desmoralizou e depois do intervalo fez aquilo que se lhe exigia: lutou, entregou-se com coragem, discernimento e "alma até Almeida", como dizia o soldado que transportava o Tenente ferido para o hospital que ficava em Almeida. 

O meu Sporting perdeu, o Tenente não sei se morreu mas o que fica, para além da morte ou da derrota, é como se perde ou como se morre.

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